'Febre Costa Rica' faz sósia de Neymar lucrar e atrai crianças e surfistas
Samir Carvalho
Do UOL, em Santos (SP)
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Samir Carvalho/UOL
Thiago Alves, artista de rua, ganhou uma camisa autografa do meia Cubero, da seleção da Costa Rica
A campanha surpreendente da Costa Rica na Copa do Mundo de 2014 fez a seleção da América Central virar uma "febre" na cidade de Santos-SP, onde estão hospedados durante a competição. A classificação antecipada no "grupo da morte" provocou o surgimento de muitos fãs em busca de autógrafos e fotos. Os embarques e desembarques da Costa Rica, no hotel Mendes Plaza, no Gonzaga, costumam aglomerar centenas de pessoas.
Os últimos treinos da seleção caribenha na Vila Belmiro antes do jogo contra a Inglaterra nesta terça-feira, às 13h (de Brasília), no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, reuniram uma multidão na frente do alçapão santista. A "febre Costa Rica" atraiu até um sósia de Neymar, artista de rua que sobrevive fazendo embaixadinhas pelos semáforos da cidade.
Considerado especialista em Freestyle, Thiago Alves, revelou ao UOL Esporte que o sucesso da Costa Rica na Copa do Mundo aumentou o seu lucro. O "quase sósia de Neymar", como ele se intitula, recebia R$ 50 diariamente nos semáforos, mas passou a ganhar entre R$ 120 e R$ 130 com sua apresentações em frente a concentração e local de treino da seleção.
"Virou uma febre em Santos. É aquela febre que sai do mar. Eles comeram nossa comida aqui e, por isso, conseguiram ganhar de todos até agora. Estou lucrando bem mais com a Costa Rica aqui", afirmou Thiago.
O artista de rua teve a oportunidade de mostrar sua habilidade aos costarriquenhos na frente de um dos portões de entrada da Vila Belmiro no último final de semana. Os atletas da Costa Rica ficaram impressionados com a habilidade do brasileiro e, inclusive, filmaram e bateram fotos com o sósia de Neymar.
No sábado, Thiago Alves ficou emocionado e nem se importou pelo fato de não ter sido recompensado financeiramente. Até parecia que o artista de rua sabia que não ficaria de mãos vazias com os costarriquenhos. No dia seguinte, o meia Miguel Cubero presenteou o brasileiro com uma camisa autografada da Costa Rica.
"Ajudou bastante (presença da Costa Rica na cidade) e ainda eles me deram a camisa. Os jogadores já me viram fazendo Freestayle, eles gostaram, tiraram fotos comigo, filmaram. Eles não têm essa habilidade como eu, mas eles são bons em garra e luta. Agora, futebol moleque, igual o do Brasil, é difícil. Costa Rica é nosso segundo país", disse.
Chama a atenção também a quantidade de crianças que ficam atrás da Costa Rica em Santos. Enquanto aguardaram a oportunidade de receber um autógrafo e até uma entrada para os treinos na Vila, a criançada costuma jogar uma "pelada" na calçada.
"Trouxe ele para ver o treino da Costa Rica e para ver se abre o portão de entrada para o treino. Ele tem o álbum, conhece os jogadores mais do que eu, conhece o nome de todos. Aí eu o trouxe para dar uma olhada no treino, mas infelizmente não conseguimos entrar", afirmou o corretor de seguros, Tercy de Assis, de 43 anos, pai de Arthur de nove anos, uma das crianças que segue a Costa Rica na cidade.
Entre os fãs, o UOL também encontrou um surfista profissional, Alexandre Coutinho, de 37 anos, que esteve na Costa Rica em abril deste ano. Acompanhado da filha, ele também corre atrás de autógrafos dos costarriquenhos por Santos. Coutinho, que também é fotógrafo, fez questão de ressaltar que registrou muitos campinhos de futebol em sua passagem pelo país da seleção sensação da Copa.
"Eu fui lá para surfar e fotografar, passei dez dias para conhecer o país, em abril, estive em várias praias. Trouxe (Vila Belmiro) a filha para ver o treino, ela queria um autógrafo dos jogadores e conseguimos três. A Costa Rica é um país belo, surpreendeu no futebol, mas pude notar que nas estradas tem campos espalhados pela cidade toda, de barro, de areia. Eles já tem uma afinidade com o futebol, estão cultivando isso. O país já está investindo nisso", comentou.
Os costarriquenhos eram vistos como azarões do Grupo D da competição, completado por três campeões mundiais: Itália, Inglaterra e Uruguai. A seleção caribenha, no entanto, é a única classificada, já com antecedência, e eliminou a Inglaterra com a vitória contra os italianos na última sexta-feira.