Manifestantes fazem protesto no DF e saem a tempo de ver jogo do Brasil

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

Um grupo de no máximo 100 manifestantes que se reuniu em concentração na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, fez uma tímida e esvaziada marcha em protesto até o cordão de isolamento montado pela PM a cerca de dois quilômetros do estádio Mané Garrincha. Eles desistiram de tentar chegar à arena, como estava programado, e se dispersaram pouco depois das 16h, ainda a tempo de ver o jogo do Brasil.

Acompanhados por ceca de 150 PMs, mais helicóptero e 20 policiais montados da cavalaria - a Tropa de Choque estava também a postos perto do local - os manifestantes desistiram do protesto por causa do baixo quórum e porque a partida decisiva da seleção brasileira contra Camarões estava para começar.

"Hoje não vamos tentar subir até o estádio porque tem muita pouca gente", explicou o militante Thiago Avila, um dos organizadores do protesto desta segunda-feira em Brasília e membro do Comitê Popular da Copa no DF.

"Assim, vamos aproveitar e ir assistir o jogo, ninguém é de ferro", disse Avila. De acordo com o manifestante, todo mundo gosta de futebol, inclusive eles.

"O resultado hoje aqui é muito positivo. Fizemos uma boa discussão com a população na rodoviária e agora vamos finalizar com essa caminhada simbólica", disse Avila. "Acho que o pessoal vai assistir ao jogo em casa ou em bares saindo daqui, eu vou pra casa e vou torcer de lá", afirmou.

No seu melhor momento, a concentração reuniu cerca de 100 pessoas na rodoviária, distante cerca de três quilômetros do estádio Mané Garrincha.

A maioria dos participantes era ligada sindicatos e movimentos sociais. A Central Sindical Popular, ligada à Conlutas, levou uma faixa pedindo a recontratação dos funcionários demitidos do Metrô do DF na última greve, pouco antes do início da Copa -- além de uma caixa de som com microfone.

Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores) também estavam presentes. O protesto atraiu pouca participação popular espontânea.

"Está com cara de coisa de partido político", reclamava o estudante secundário Luis Pereira, de 16 anos, antes de desistir do protesto e ir para casa. "Estou decepcionado, achei que ia juntar mais gente", disse o também estudante Rodrigo Cardoso, de 18 anos. "Já que é assim, vou para o bar assistir com meus amigos.

Na falta de gente, sobrava alegria e descontração entre os manifestantes. Música, gritos de guerra, instrumentos musicais, danças e cirandas estiveram presentes.

No geral, havia bem mais jornalistas e PMs do que manifestantes. Sem a presença de black blocs, o protesto terminou sem violência. Antes de ir embora, os manifestantes colocaram fogo em uma "réplica" da taça da Copa no meio da rua.

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