D. Costa não escapa de insultos no banco. Só Torres sem camisa une torcida

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em Curitiba

A despedida vitoriosa da Espanha da Copa do Mundo, nesta segunda-feira, na Arena da Baixada, em Curitiba, contou com pouco do clima do evento, dentro e fora de campo. Antes do apito inicial, o entusiasmo das torcidas espanhola e australiana – ampla maioria, com reforço brasileiro – ao redor do estádio era muito menor do que na estreia da cidade, entre Irã e Nigéria. Já eliminados, os espanhóis venceram a Austrália, mas passaram longe de escapar das vaias. A torcida brasileira abraçou os australianos e pressionou a campeã mundial desde o anúncio da escalação até o apito final. Nem o banco de reservas salvou o atacante Diego Costa. E só Fernando Torres sem camisa conseguiu apoio para o lado espanhol.

Na estreia da Espanha nesta Copa do Mundo, a Holanda embalou 5 a 1 de virada na Arena Fonte Nova, em Salvador, enquanto as arquibancadas vaiaram intensamente Diego, que abdicou da seleção brasileira ao se naturalizar espanhol para a Copa do Mundo. No estádio, a família do jogador também foi ofendida e chorou. Agora, na despedida, o atacante ficou no banco, pois o técnico Vicente Del Bosque decidiu dar chance aos atletas que não haviam jogado. E nem assim escapou dos insultos. O grito de "Diego viado" apareceu logo após o apito final do primeiro tempo e ecoou durante o primeiro tempo.

O escolhido pela torcida brasileira para substituir Diego Costa como foco principal das vaias foi o meia Andrés Iniesta, do Barcelona, mais importante jogador entre os que foram ao campo. Ele sofreu com a pressão, mas não se abalou. Conseguiu completar as típicas jogadas de efeito e foi um dos melhores em campo no triunfo por 3 a 0.

O único que foi capaz, por alguns segundos, de trazer a torcida a favor da Espanha foi o atacante Fernando Torres. E não pelo gol marcado na segunda etapa. No primeiro tempo, sua camisa foi rasgada em disputa com a zaga australiana. Obrigado a sair de campo para trocar, ele arrancou suspiros femininos ao tirar a camisa. Mas foi o único momento em que a Espanha contou com maioria favorável.

A atitude de abraçar os australianos, no caso de Curitiba, não decorre apenas do costume brasileiro de apoiar o time mais fraco. A capital paranaense viveu grande expectativa pela vinda dos espanhóis à cidade. Eles passaram quase três semanas treinando no CT do Caju, do Atlético-PR, local escolhido para alojamento durante a Copa. Além disso, este era o jogo mais esperado na Arena da Baixada, mas acabou se transformando em um amistoso com as duas equipes eliminadas.
 

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