Espanha bate Austrália, se livra da lanterna e é provocada por brasileiros

Do UOL, em São Paulo

Foi uma despedida melancólica. Com direito a muita tristeza em campo, a Espanha bateu a Austrália nesta segunda-feira por 3 a 0 em Curitiba e deu adeus ao Mundial do Brasil com ao menos três pontos e saldo negativo de três gols. Sobrou o consolo de não ficar com a lanterna na mão. A torcida brasileira não quis nem saber. Não perdoou e gritou "eliminado" e o outro canto que diz que "está chegando a hora de ir embora". Holanda e Chile se classificaram às oitavas de final como representantes do grupo B. 

O gol de Villa, que não escondeu a chateação ao ser substituído, entra para a história como último dele em uma Copa. Torres aumentou o placar para melhorar um pouco a última atuação de uma geração que teve feitos inéditos, como o bicampeonato da Eurocopa (2008 e 2012) e o título mundial de 2010, na África do Sul. Mata fez o último. Xavi, Villa, Casillas e companhia, agora, abrem espaço para atletas que tentarão manter a Fúria como uma das seleções a serem respeitadas no futebol mundial.  

As fases do jogo: A Espanha começou mantendo o domínio do toque de bola e empurrou a Austrália no seu campo de defesa. Com duas jogadas pela esquerda, com Villa e Alba, quase abriu o placar. Depois, inverteu o lado e conseguiu, pela direita, criar a jogada com Juanfran. O lateral achou Villa, que abriu o placar de letra. 

No segundo tempo, as seleções jogavam esperando o tempo passar. A Espanha voltou a abusar de seu melhor jogador, Iniesta. Ele comandou o meio de campo e enfiou bola perfeita para Fernando Torres ampliar o placar. A Austrália pouco fazia para mudar o placar. Mata completou a vitória com um gol já próximo do apito final. 

O melhor: Iniesta - Participou de dois gols do jogo. Primeiro, em excelente passe para Juanfran, que completou com cruzamento para Villa marcar um golaço. Depois, com assistência perfeita para Fernando Torres aumentar o placar.  

O pior: Taggart – O atacante não conseguiu desempenhar um bom papel à frente, pouco incomodou a defesa espanhola e deixou ainda mais claro a importância de Tim Cahill, que, suspenso, não pôde jogar nesta segunda-feira.

A chave do jogo: Desânimo – Ficou muito claro o clima melancólico na Arena da Baixada. Eliminadas, as seleções não contavam com um público muito empolgado e também não mostravam tanta vontade de jogar. Prevaleceu o toque de bola, a técnica e a habilidade dos espanhóis para construírem a vitória.

O toque dos técnicos: Para tentar dar a chance para todos atletas jogarem um pouco, Del Bosque escalou uma equipe mista na despedida da Espanha da Copa-2014. Já a Austrália jogou com o desfalque de Tim Cahill e sofreu muito em campo sem sua referência. 

Para lembrar:

Adeus (1): Xavi deve ter se despedido de uma Copa do Mundo. O fã de um jogador como ele ficará órfão de um atleta que sabe controlar tão bem uma equipe usando a inteligência e rápidos toques de bola. Com 34 anos, dificilmente jogará outro Mundial e se despediu do Brasil do banco de reservas.

Adeus (2): Casillas é outro que, provavelmente, não estará na Copa do Mundo na Rússia em 2018. Com 33 anos, ele assistiu, assim como Xavi, o gol do banco de reservas, dando lugar a Pepe Reina.

Adeus (3): David Villa - Fez um belíssimo gol e, ao ser substituído, deixou o gramado chorando. Muito provavelmente porque esse foi sua última partida com a camisa da Espanha em uma Copa do Mundo. Visivelmente chateado, precisou ser acudido pelos companheiros no banco

Apoio isolado: O amarelo predominou em Curitiba. Muitos torcedores da Austrália invadiram o estádio para dar apoio à seleção da Oceania. O único momento em que a Espanha levantou a torcida foi com Fernando Torres trocando de camiseta. Com o uniforme rasgado, ele ficou sem camisa por um tempo, arrancando suspiros apaixonados. Teve até grito de "eliminado".

AUSTRÁLIA 0 X  3 ESPANHA

Austrália: Ryan; McGowan, Wilkinson, Spiranovic, Davidson; Jedinak, McKay; Leckie, Oar (Troisi), Bozaniac (Bresciano), Taggart (Haloran).
Técnico: Ange Postecoglou

Espanha: Reina; Juanfran, Sergio Ramos, Albiol, Alba; Alonso (David Silva), Koke e Iniesta; Cazorla (Fabregas), Torres e Villa (Mata).
Técnico: Vicente Del Bosque

Data: 23/06/2014 - 13h (de Brasília)
Local: Arena da Baixada (Curitiba)
Árbitro: Nawaf Shukralla (BHR)
Auxiliares: Yaser Tulefat e Ebrahim Saleh (BHR)
Cartões amarelos: Sergio Ramos (ESP) Jedinak (AUS)
Gols: David Villa, 36 minutos do 1º tempo, Fernando Torres, aos 23 minutos do 2º tempo, Mata, aos 37 minutos do 2º tempo

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