Polícia militariza entorno do Maracanã, e barra até moradores

Mauricio Stycer, Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

A invasão de torcedores chilenos antes da partida entre Chile e Espanha provocou uma militarização do entorno e de dentro do Maracanã. Barreiras impedem até moradores das redondezas de se aproximar do estádio se não apresentarem comprovantes de residência. Ninguém sem ingresso passa. Essa estratégia é diferente do que foi prometido pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro ao traçar o novo plano de proteção à arena.

Foram feitas várias barreiras no entorno ao estádio, principalmente na saída do metrô. E os policiais também atuam dentro do Maracanã ao contrário do que ocorria em outros jogos, e em outros estádios. Foram acrescidos 600 policiais ao esquema, em um total de 3.100 para evitar novas invasões.
A primeira medida mais visível é a triagem dos torcedores assim que saem da estação de metrô. Até a partida entre Chile e Espanha, havia apenas um corredor de policiais militares na rampa de acesso ao Maracanã vendo se os torcedores que chegavam tinham ingressos. Neste domingo, são ao menos três as barreiras de checagem.
 
Os PMs não estão deixando torcedores sem ingresso passar, diferentemente do que havia sido anunciado em entrevista na última sexta-feira (20). Na ocasião, o subsecretario de Segurança do Rio, Roberto Alzir e o comandante da PM, Luiz Castro, afirmaram que não haveria restrições aos torcedores sem ingresso. "Queremos que as pessoas possam se aproximar do Maracanã e sentir esse clima de Copa do Mundo", disse Alzir. Castro ainda observou que não há "impedimento legal" para que as pessoas se aproximem. Moradores reclamaram de não conseguir chegar em casa porque só com comprovante de residência podem acessar à área.
 
Segundo a PM, a rampa de acesso do Maracanã, por onde chegam os torcedores de metrô, está destinada ao uso exclusivo de quem tem ingresso. Pessoas sem bilhete poderiam chegar perto do estádio por outros acessos. Mas também há triagens em outros locais.
 
Outra novidade é o entorno do estádio. Diferentes pontos ganharam grades, tornando mais difícil, em tese, uma invasão. A área ao redor do centro de imprensa, por onde os chilenos entraram no estádio, tem um grande número de policiais dentro da cerca do estádio, o que contraria o sistema de segurança previsto para o Mundial. Antes, só eram admitidos agentes privados dentro da arena.
 
"A PM está sempre presente no estádio. Aconteceu na área de acesso do Maracanã um aumento de policiais. Faz parte do plano de segurança. Foram tomadas as decisões após a invasão", afirmou o porta-voz do COL (Comitê Organizador Local), Saint-Clair Milesi, que afirmou que ainda não está decidido se haverá o mesmo esquema em todos os estádios. "Será analisado caso a caso."
 
O portão por onde os chilenos invadiram o Maracanã na quarta-feira (18) para assistir ao jogo contra a Espanha também foi fechado e reforçado. O acesso, que é perto do centro de imprensa do estádio, foi fechado com corrente e cadeado e a cerca foi reforçada. Um dos invasores relatou ao UOL Esporte que no dia 18 o acesso estava fechado apenas com um lacre de plástico que teria sido queimado por ele.

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