Churrasco, Fernet, música e o papa: veja como é a festa argentina em BH

Isabela Noronha

Do UOL, em Belo Horizonte

Os argentinos foram chegando devagar mas, na manhã desta sexta-feira (20), já tinham tomado Belo Horizonte. E sua concentração era colada à de sua seleção: em frente à Cidade do Galo, sede no Brasil da equipe dirigida pelo técnico Sabella.

Segundo estimativas de policiais militares, mais de 100 torcedores estiveram no local, que só começou a se esvaziar no meio da tarde. Entre os que não foram e nem devem ir embora dali nesta sexta estavam os fisioterapeutas Maxi Gutierrez, de 25 anos, e Franco Merdesi, de 24.

Eles chegaram a Belo Horizonte na terça-feira (17).  Vindos de Neuquen, na Patagônia, os dois dirigiram 5 mil quilômetros em cinco dias e acamparam a poucos metros da entrada da Cidade do Galo. Como não podiam deixar a barraca abandonada, ainda não tinham saído do local e se revezavam para tomar banho e ir ao banheiro, em um posto de gasolina perto dali.

"Amanhã será a primeira vez que sairemos. Vamos recolher tudo para ir ao Mineirão e tentar comprar ingressos", contou Maxi. Neste sábado (21), a seleção Argentina enfrenta o irã no Mineirão, às 13h.

Maxi disse que foram muito bem recebidos pelos brasileiros. "A rivalidade é só em campo. Do lado de fora é so festa." Eles não estavam preocupados nem com a polícia, que já declarou que não deixará argentinos dormirem nas ruas da capital mineira. "Nós conversamos e até tomamos um mate com eles", contou o fisioterapeuta, referindo-se aos PMs que cuidam do local.

Churrasco de frango

Os primos Ricardo Avancini, Patrício Abzaham e Leandro Exequiel vieram de Buenos Aires para o Brasil dirigindo um motor home com outros quatro parentes. Eles chegaram no dia 10 em Búzios e passaram por Rio de Janeiro e São Paulo antes de vir para a capital mineira, onde estão desde a noite de quinta-feira (19).

Nesta manhã, com galhos encontrados em um matagal próximo, improvisaram uma fogueira em uma calha no chão em frente à Cidade do Galo e compraram frango para fazer um churrasco.

"Não gostamos do bife brasileiro", justificou Ricardo sobre a escolha da carne. "A da Argentina é muito melhor", comparou. Ele revelou ainda que apenas quatro de seus sete companheiros têm ingressos para a partida contra o Irã. "Compramos na rua, em Copabacana. Pagamos 600 dólares em cada um", contou. No sábado, o grupo planeja conseguir mais ingressos na região do Mineirão.

Por volta das 13h, um argentino chegou chamando a atenção de todos. Com a máscara de papa Francisco e vestindo uma batina que lembra o traje papal, ele virou atração e, com paciência de santo, atendeu a todos os pedidos de foto dos torcedores. "Vim para abençoar os jogadores", disse.

O clima de festa não estaria completo sem as bebidas. Claro, tinha cerveja. Mas o que não podia mesmo estar ausente à celebração argentina era a Fernet branca, uma bebida italiana que é paixão também dos hermanos, geralmente misturada a refrigerante. Para aqueles que não se lembraram de trazer, não era problema: era possível comprar no local.

"Trouxemos para podermos sobreviver aqui" , disse o argentino Juan Luis, de 26 anos que, com um amigo,  vendia as garrafas de Fernet a R$ 50. Em sua cidade, Santa Fé, a bebida sai por cerca de R$ 15. "Mas aqui no Brasil não é possível encontrá-la. E, quando se acha, é mais cara", justificou. Segundo Juan Luis, por volta das 14h, seis garrafas já tinham sido vendidas, todas para seus compatriotas.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos