Quem estava nas proximidades da Granja Comary na última quinta não deve ter deixado passar despercebido um Hulk (o herói, e não o atacante) de mais de 2m de altura, com pose de guerra e camisa da seleção. Feita de fibra de vidro, a estátua chamou a atenção na reapresentação da seleção brasileira e virou uma espécie de ponto turístico. Por trás da alegria de quem foi ver a chegada de Neymar e companhia, estava o pedido de um pai por ajuda.

"Ela tem síndrome de rett, uma doença rara que atinge um menina em cada 15 mil. E só atinge meninas, porque é um problema no cromossomo x. Ela não anda, não fala, e o desenvolvimento pode deixá-la em estado vegetativo", disse Luiz Antônio, o pai.

"Ela" é Maria Luiz, de três anos e meio de idade, que aguardava no carro com um outro familiar enquanto o pai dava entrevistas e via a tal estátua fazer sucesso, mesmo sob chuva, enquanto dezenas de torcedores esperavam o ônibus da seleção. Luiz Antônio precisa de R$ 60 mil por ano para pagar o tratamento da filha e evitar que ela regrida.

"A doença tem quatro fases, ela está indo da segunda para a terceira. Na quarta, ela tem convulsões e desaprende tudo o que já aprendeu. Para evitar, ela faz uma fisioterapia intensiva, em uma roupa da Nasa, que os astronautas usam para recuperar os movimentos porque eles ficam atrofiados depois de um tempo no espaço", disse Luiz Antônio.

Mas o que o Hulk tem a ver com a história de Maria Luiza? A estátua gigante chama a atenção para a causa. A ideia foi de Débora Santana e Leonardo Pinheiro, donos de uma loja de festas em Teresópolis que aluga esculturas como a do herói dos quadrinhos. Não foram poucas as crianças, com famílias inteiras, que posaram para foto com o Hulk gigante. De quebra, tinham contato com a história de Maria Luiza.

"Eu já tinha vindo aqui na semana passada para ver o treino da grade, do outro lado da Granja. O Júlio César me deu uma camisa dele e o Victor levou para todos os jogadores assinarem. Agora eu vou leiloar para ver se eu consigo o dinheiro", disse Luiz Antônio.