Depois de a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) gastar R$ 15 milhões na reforma da Granja Comary, em Teresópolis, a seleção brasileira enfrenta obstáculos em sua concentração durante a Copa do Mundo. Nesta quinta, os comandados de Luiz Felipe Scolari tiveram que superar frio, chuva e o gramado pesado por causa da água.

As condições são diferentes das que a seleção encontrou em Fortaleza, diante do México, e das que deve encarar em Brasília, segunda-feira, no duelo com Camarões.

Enquanto os jogadores faziam o primeiro treino após empatarem com os mexicanos, Teresópolis registrava temperatura de 13 graus Celsius. Também nesta quinta, os termômetros em Brasília marcavam no início da noite 24 graus. Não chovia.

A diferença entre o clima de Teresópolis e o de Brasília chamou a atenção de jornalistas estrangeiros. Uma equipe de jornalistas italianos da Sky Sports HD abriu seu boletim na Granja Comary dizendo que o Brasil treinava com frio e chuva num cenário bem diferente da imagem que se tem do país, de calor e praia. E completou indagando o que teria levado a CBF a escolher uma cidade com condições tão diferentes da que o Brasil vai encontrar no Distrito Federal.

Como pano de fundo, os italianos usavam um dos campos da Granja que apresentava poças de água, num sinal de que o gramado não resistiu à chuva. Os reservas da seleção faziam treino físico no campo ao lado, que não estava encharcado. Mesmo assim, a chuva trouxe preocupação para a comissão técnica. Antes do treinamento, Luiz Felipe Scolari e seus auxiliares discutiam se mandavam os atletas para treinar no campo pesado por causa da água, condição que provoca mais desgaste ou se deixavam os atletas na academia. Uma das principais preocupações da comissão técnica é com o estado físico dos jogadores.

Historicamente, Teresópolis proporciona dificuldades climáticas para a seleção brasileira, principalmente excesso de neblina, que nesta Copa ainda não provocou cancelamento de treino. Por causa dos problemas, a CBF tinha um projeto para construir um centro de treinamento novo, na Barra, no Rio, ainda sob a administração de Ricardo Teixeira. Porém, problemas com o terreno escolhido fizeram o plano ser abortado. A decisão, então, foi investir na Granja Comary.