Governo vê racismo na internet como desafio do Brasil na Copa do Mundo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Edson Silva/ Folhapress

    A ministra Luiza Bairros admitiu o aumento nos casos de racismo e problema com a internet no Brasil

    A ministra Luiza Bairros admitiu o aumento nos casos de racismo e problema com a internet no Brasil

O aumento do racismo desde o ano passado preocupa o Governo Federal na Copa do Mundo. As manifestações na internet contra negros e casos de homofobia são alvos de investigação da Polícia Federal e estão presentes em número absolutamente superior aos atos nos estádios do Mundial.

Nesta sexta-feira, a Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Social, Luiza Bairros, admitiu o desafio em solucionar o problema durante debate realizado no Centro Aberto de Mídia, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. 

"Os números aumentaram desde o final do ano passado e encaramos a questão de frente. A Fifa estabeleceu uma força-tarefa para os casos que acontecem no campo de jogo e dialogamos sobre isso. O fato é que as manifestações na internet são bem maiores do que as presenciais na Copa do Mundo", afirmou.

"A competição que envolve 32 países é o momento ideal para agirmos, pois diferentes culturas estão reunidas. Essas manifestações são estranhas ao ser humano. Os casos estão sendo seriamente apurados pela Polícia Federal. Colhemos denúncias para identificar e notificar os envolvidos. Queremos melhorar o panorama até o dia 13 de julho [data da final]. Vamos coletar imagens e informações do que acontece nos jogos e fora deles", completou.

A preocupação é tamanha que o Governo Federal aproveitou a campanha "Copa sem Racismo" para anunciar o lançamento de uma espécie de "Disque-Racismo" nos próximos meses. O projeto está em fase final de criação para entrar em utilização.

Através do número de telefone 138 será possível denunciar atos racistas diretamente aos responsáveis e ter a opção de manutenção do anonimato caso seja o desejo da vítima. "O nosso procedimento é o de colher o maior número possível de denúncias e tomar providências. É mais um canal para a vítima de um ato covarde", concluiu a Ministra.

Desde o início da Copa do Mundo foram relatadas ofensas racistas e práticas de homofobia na internet. Casos presenciais em estádios, inclusive com detenção de argentinos no Maracanã também já ocorreram.

O trabalho em conjunto entre Fifa e Polícia Federal rastreia os participantes das práticas preconceituosas para que respondam pelo crime de acordo com a legislação brasileira. Um balanço da operação será divulgado após o encerramento da competição mundial.

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