Prefeito e governador ignoram atrasos em Manaus e se dizem satisfeitos

Felipe Pereira

Do UOL, em Manaus

Sem nenhuma obra de mobilidade iniciada e com o entorno do estádio da Copa ainda em obras, o governador do Amazonas e o prefeito de Manaus dizem estar contentes com o que estão entregando para o Mundial. Quanto às filas constantes no trânsito, afirmam que os turistas terão de conviver com elas, pois fazem parte da cidade. As declarações foram dadas na manhã desta quarta-feira (11) em entrevista coletiva na Arena Amazônia.

Na ocasião, o governador José Melo (PROS) disse que as obras estão 100% concluídas e a última foi terminada às 22h de terça-feira, quando o asfalto de estacionamento do estádio foi colocado. Apesar das palavras dele, funcionários trabalhavam na pintura de faixas no local. Na frente da Arena da Amazônia, um caminhão de concreto estava cercado de operários às 13h15.

Em relação às constantes filas no trânsito, o governador admitiu o problema. Mas neste momento sobrou para a presidente Dilma Rousseff (PT). O prefeito da cidade, Arthur Virgílio (PSDB) falou que ela não cumpriu promessas de ajuda em obras de mobilidade urbana. "Ela prometeu em praça pública diante de milhares de pessoas. Ela falhou em relação ao que prometeu para nós".

O destino do estádio também foi assunto da coletiva. O governador encomendou um estudo da Consultoria Ernst & Young e vai esperar pelo resultado para tomar uma decisão. Se depender da vontade do prefeito, o local será passado a iniciativa privada.

Sobre as condições do gramado do estádio, que apresenta problemas, José Melo se esquivou e mencionou que a Arena Amazônia está entregue à FIFA, por isso não pode tratar do assunto. Mas o governador lembrou que a entidade esteve no local e elogiou a grama.

Enquanto a dupla falava, policiais civis protestavam em frente ao estádio. Eles estão com indicativo de greve marcado para sexta-feira, um dia antes da partida entre Inglaterra e Itália. Melo afirmou que vai respeitar as manifestações desde que sejam pacíficas porque faz parte da democracia.

O prefeito explicou que problemas na licitação foi o motivo pelo qual o monotrilho e o BRT não saíram do papel e citou o aumento do turismo e os equipamentos de segurança como legado a serem deixados pela Copa. A respeito das diferenças com outras cidades, o prefeito justificou que alguém não pode ir a Manaus esperando encontrar Paris. Defendendo a cidade, Virgílio ressaltou a natureza, a gastronomia e a hospitalidade da população.

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