O pontapé inicial da Copa do Mundo será genuinamente brasileiro, e não porque será dado por Fred ou Neymar na estreia contra a Croácia, nesta quinta-feira.

A pessoa com paralisia que vai usar um exoesqueleto comandado pelo cérebro para dar o primeiro chute na bola no gramado do Itaquerão, na cerimônia de abertura, usará um lenço que pertenceu ao aviador Santos Dumont.

Isso porque o exoesqueleto foi batizado de BR Santos Dumont. Ao saber da homenagem, o sobrinho-neto de Santos Dumont, Marcos Villares, fez questão de oferecer o lenço ao neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que liderou o desenvolvimento do exoesqueleto.

"Faz todo o sentido, porque Miguel Nicolelis, como Santos Dumont, é movido por ideais humanísticos e é abnegado por determinação. Santos Dumont conseguiu dar às pessoas a sensação de voar; Miguel Nicolelis está conseguindo dar a pessoas com paralisia a sensação de andar de novo", disse Villares, que é diretor-executivo do Instituto Alberto Santos Dumont.

Lenço já foi ao espaço

O mesmo lenço já fez história em 2006, ao ser usado no espaço por Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro, na Missão Centenário, que marcava os cem anos do voo do 14-Bis.

"Espero que inspire a crianças, pesquisadores e pacientes. Que todos sejam movidos pela determinação e amor à ciência de Santos Dumont", afirmou Miguel Nicolelis. 

O projeto Andar de Novo, liderado por Nicolelis, visa fazer com que pessoas com paralisia possam movimentar as pernas usando um exoesqueleto comandado por atividade cerebral.