Duelo na lateral direita entra em sua terceira era na seleção brasileira

Gustavo Franceschini e Paulo Passos

Do UOL, em Teresópolis (RJ)

  • Natacha Pisarenko/AP Photo

    Daniel Alves e Maicon, em 2011. Disputa já dura oito anos

    Daniel Alves e Maicon, em 2011. Disputa já dura oito anos

Foi em outubro de 2006, num jogo contra um combinado do Kuwait, bancado por um xeque, que uma disputa que dura até hoje começou na seleção brasileira. Era o terceiro jogo da era Dunga e o técnico ainda buscava um substituto para Cafu, onipresente por mais de uma década na lateral direita do Brasil. Maicon começou como titular na vitória de 4 a 0 e Daniel Alves entrou no segundo tempo. Desde então, com poucas exceções, é assim: um no time e outro no banco de reservas.

Nenhuma disputa de posição é tão antiga na seleção brasileira como a da lateral direita. Hoje, Daniel Alves é o titular ou primeira opção, como prefere definir o jogador do Barcelona.

"Olha, quando ouço isso (titular) vejo que estamos um pouco atrasados aqui no Brasil. Temos grupo de 23 jogadores que todos são titulares", afirmou. "Tenho que estar sempre atento, mais concentrado do que o normal. Qualquer vacilo você pode deixar de ser a primeira opção", completou.

Quando chegou à seleção, com Dunga, ele era a segunda opção. Maicon vivia o seu melhor período da carreira. Ganhou títulos na Internazionale e na seleção. Aconteceu que Daniel Alves também. O "problema" era resolvido com improvisações, com o baiano jogando de meio campista.

Após a Copa da África do Sul, a ordem se inverteu. Daniel Alves, dois anos mais novo que o "rival", virou primeira opção na renovação aplicada na seleção por Mano Menezes. Foi titular até a Copa América de 2011, quando houve um pedido dos jogadores da Internazionale, capitaneados por Lúcio, para que Maicon fosse titular. O técnico aceitou.

Com Maicon, o Brasil foi eliminado no torneio na Argentina. Nos amistosos seguintes, ele foi esquecido e o técnico voltou a escalar Daniel Alves como titular. Por dois anos, o jogador do Barça viveu tranquilo, sem sombras na seleção, seja com Mano ou depois com Felipão.

Foi assim até a segundo semestre de 2013, quando Scolari ressuscitou Maicon. O lateral foi testado, aprovado e Daniel voltou a ter um motivo para se preocupar. Nos oito amistosos após a Copa das Confederações e antes da convocação para o Mundial, ele foi titular em três e o lateral da Roma em quatro. Rafinha teve sua chance num jogo, contra a África do Sul, em março, e ficou na lista de espera da seleção.

"Tenho que estar sempre atento, mais concentrado do que o normal. Qualquer vacilo você pode deixar de ser a primeira opção" Daniel Alves
Clones
Com estilos de jogo e físicos diferentes, eles acumulam semelhanças na carreira. Eles deixaram o Brasil quase desconhecidos, jogaram em seleções de base e triunfaram na Europa, ganhando os títulos mais importantes do continente, incluindo, claro, a Liga dos Campeões.
 

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