Salvador leva bandeirão ao Bonfim; promessa prevê doação a cada gol

Vagner Magalhães

Do UOL, em Salvador

Os moradores da Cidade Baixa, em Salvador, finalizaram a confecção de uma bandeira, nas cores nacionais, com mais de 2,5 mil metros quadrados. Ela faz parte de uma tradição antiga, iniciada há 28 anos, na Copa de 1986, disputada no México. A idealizadora é a professora Maria José Costa, 70 anos, proprietária do Centro Educacional Santa Rita, no Bairro de Roma. Durante  a Copa do Mundo, a bandeira servirá como decoração para diversas ruas do bairro. 

De acordo com a professora, a atividade faz parte de um projeto pedagógico que usa o futebol para incentivar os alunos a conhecerem a cultura brasileira. A gostarem do Brasil a partir de sua bandeira. "Há 28 anos eu tive essa iniciativa e a mobilização foi muito grande. Depois disso, não parei mais", disse ela, que até hoje, ainda é uma das costureiras. "Por conta da idade e de algumas dores, a Dodô (Maria Correia) é praticamente quem fez toda a costura".
 
O bandeirão foi levado pelos alunos, em conjunto com seus pais, em um cortejo até a igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Com direito a dois trios elétricos, todos caminharam por cerca de uma hora e meia entre o colégio e a igreja. Religiosa, Maria José diz que pediu, particularmente, pelo sucesso do Brasil na Copa do Mundo.
 
Ela conta que foi feita a promessa de que a cada gol do Brasil, parte da bandeira será utilizada para confeccionar lençóis que serão doados para instituições de auxílio a pessoas carentes. Em sua oitava Copa, a bandeira ainda possui tecido de outras edições.
 
"A bandeira foi crescendo e parte do material vai sendo reaproveitado. Recebemos doações de toda a comunidade, também de alguns comerciantes. E o resultado final está aí. Essa coisa bonita, com a mobilização de todos", afirma.
 
José Azevedo Rodrigues, 70 anos, conhecido como "Profeta", foi um dos que participou do cortejo até o Bonfim. Ele diz que o período de Copa do Mundo é importante para aproximar as pessoas. "Essa coisa de torcer faz com que as pessoas fiquem mais próximas. É bonito ver todo mundo junto aqui".
 
Profeta conta ter 15 filhos. Oito deles estavam no local, ajudando a carregar a bandeira. Ao final do cortejo, ela foi separada em partes e uma delas colocada dentro de uma Kombi, que ficou sem partida. Desta vez, a mobilização foi para empurrá-la, diante da igreja do Bonfim. Resolvida a situação, o tecido foi levado de volta para a escola. Volta às ruas para a Copa.
 

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