Organização de CT se diz surpresa por recusa de Camarões em embarcar

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

  • JOHN MACDOUGALL/AFP PHOTO

    01.jun.2014 - Samuel Eto'o comemora após marcar para Camarões o primeiro gol do amistoso contra Alemanha

    01.jun.2014 - Samuel Eto'o comemora após marcar para Camarões o primeiro gol do amistoso contra Alemanha

Os responsáveis pelo Centro de Treinamento de Camarões estão apreensivos sobre o que vai acontecer com a recusa da seleção em embarcar para o Brasil neste domingo. O chefe da organização, Marcelo Paiva, disse que não se manifestará porque não tem confirmação oficial da Federação Camaronesa de Futebol. "Por enquanto não recebemos nenhum comunicado".

A informação de que os jogadores se recusaram a embarcar por falta de um acordo sobre a premiação pela participação na Copa pegou de surpresa a organização no Espírito Santo que buscava os sites de notícias para saber mais detalhes sobre o caso. Eto'o e companhia eram esperados para aterrissar às 16h no aeroporto de Vitória. Mesmo sem saber o que vai acontecer, Paiva afirmou que a programação inicial está mantida e até segunda ordem o primeiro treino está marcado para terça-feira às 10h.

A chegada de Camarões ao Espírito Santo mobilizou o estado. Desde o amanhacer de sábado as ruas no entorno do Hotel Sheraton, onde o time ficará hospedado, estão fechadas e são patrulhadas por dezenas de policiais militares. A Secretaria de Esportes investiu R$ 130 milhões em obras de recuperação do Estádio Kleber Andrade.

Os problemas entre o time africano e a Federação são antigos. Eto'o inclusive declarou que sofrera ameaça de morte de diretores da entidade. A questão de dinheiro nesta Copa já havia motivado inclusive uma ameaça de greve na última semana de maio. Os atletas argumentam que depois da classificação para o Mundial novos patrocínios foram fechados e defendiam nova divisão dos valores.

O mal-estar se refletiu em campo, quando os jogadores se recusaram a participar de uma cerimônia para receber a bandeira do país depois do amistoso contra Moldova. O episídio causou constrangimentos ao primeiro-ministro do país.

O histórico de brigas entre jogadores, desrespeito ao técnico e desavenças por premiação ocorreu na Copa da África do Sul e é apontado como causa para o mau desempenho. No último Mundial o time foi eliminado na primeira fase com três derrotas. Neste ano a promessa era de superar as diferenças para apagar a má impressão, mas até o momento os fatos tem mostrado que é apenas discurso.

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