A seleção da Argentina faz nesta quarta-feira (4) a primeira de duas partidas amistosas que jogará antes de viajar ao Brasil para a Copa do Mundo. A seleção de Alejandro Sabella entra no gramado do estádio do River Plate, em Buenos Aires, às 19h15 para enfrentar a fraca seleção de Trinidad e Tobago e "começar a se despedir" de sua torcida, como têm dito integrantes da Associação Argentina de Futebol (AFA). No dia 7, o último amistoso é contra a Eslovênia, em La Plata.

A equipe que entra em campo já foi definida ontem por Sabella e não traz novidade, a não ser a presença de Rodrigo Palacio no ataque, no lugar de Sergio Agüero que não treinou nos últimos dias por causa de uma febre. Completam o ataque Di María, Messi e Higuaín. Preocupado com a preparação da defesa, o treinador escalou quatro defensores (Campanaro, Demichelis, Fernández, Rojo) e o meio-campista Mascherano jogando mais atrás.

Os argentinos estão empolgados com a Copa do Mundo no Brasil e com a seleção. Os ingressos para ver a seleção alviceleste esta noite já estão esgotados. Ontem, durante coletiva de imprensa no centro de treinamento de Ezeiza, o ténico Sabella disse acreditar no apoio dos argentinos à sua seleção. "Um ataque que tem Messi, Higuaín, Agüero e Di Maria empolga qualquer um. Vamos ver como será essa empolgação com o decorrer das partidas."

Paciência e paciência

Os jornalistas argentinos têm dito que pretendem aprender a fazer tricô ou a pintar quadros durante a Copa. Isso porque o treinador tem se mostrado muito recluso, discreto, quase não dá espaço para a mídia. Mas a organização e discrição do técnico contrastam com o caos da AFA.

A Associação Argentina de Futebol é arcaica, muito desorganizada e tem dado mostras disso desde que a seleção se reuniu em Ezeiza, no dia 26. Informações desencontradas, publicações equivocadas, assessores de imprensa que não falam com a imprensa nem atendem à demanda principalmente dos jornalistas estrangeiros que viajaram para a Argentina só para acompanhar a pré-temporada da seleção.

O UOL Esporte esteve em contato com a AFA desde fevereiro para pedir o credenciamento de dois jornalistas para os treinamentos e os amistosos. Na semana passada, quando chegamos ao país, a AFA exigiu que para fotografar as partidas, o jornalista deveria ter registro no sindicato dos fotógrafos local. O sindicato, por sua vez, disse que o problema é que não poderia dar autorização para um jornalista filmar e fotografar.

Depois de muitas discussões, argumentamos que um profissional de internet é multimídia e precisa desempenhar várias funções e por isso precisávamos dessa autorização. O pedido de credenciamento, então, voltou para a AFA. Passou de um para outro, de um assessor que lá está há 50 anos para outra que recém chegou, de um que se diz responsável por tudo, mas que nunca atende a imprensa, a um que sempre atende e diz que não sabe de nada. E lá ficou.  E não saiu mais. Não conseguimos e, uma vez que os ingressos estão esgotados, teremos que trabalhar apenas com um profissional. E eles que não venham criticar a organização do Brasil na Copa.