"Taxista-estrela" de Buenos Aires renega Argentina e prefere tudo do Brasil
   Carolina Juliano
 
Do UOL, em Buenos Aires
"Você é um amargo", grita um motorista que passa e vê o taxista Juan Vicente Ruperto posando para uma foto para o UOL Esporte ao lado de seu carro paramentado com bandeiras brasileiras para rodar pelas ruas de Buenos Aires durante a Copa. "Penso que no Mundial terei que colocar de um lado a bandeira brasileira e do outro, a Argentina, senão vou ficar sem trabalho", diz ele.
E quem pega esse táxi parece estar entrando em território brasileiro. Tem camisas da seleção, cachecóis, fâmulas, bandeiras, chaveiros e o som ambiente é sempre samba, axé, pagode ou MPB. "O meu táxi é um distrito brasileiro em plena capital argentina", define ele. "Quem entra aqui ama ou odeia."
Mesmo em ano que não tem Copa do Mundo e a rivalidade eterna entre Argentina e Brasil não está tão acirrada, Ruperto já teve problemas com clientes. Apesar de atender, na maioria das vezes, brasileiros que já marcam a corrida por sua página do Facebook ou por telefone, entre uma corrida e outra, ele atende argentinos que o param na rua. "Quando eles entram ficam assustados e me perguntam por que o carro está todo vestido de Brasil, depois se calam. Mas geralmente no fim da corrida elogiam a música."
Argentino desceu do táxi
Ele conta que uma única vez, há alguns anos, um argentino entrou, olhou tudo e logo inventou uma desculpa para descer do táxi. "Ele disse que tinha se esquecido de algo e precisava descer, eu me ofereci para esperá-lo, mas ele não quis, simplesmente fugiu." Mas, segundo ele, na maioria das vezes ele consegue o respeito de seus passageiros quando fala de sua paixão pelas praias, pelo feijão e pelo samba. "E agora na Copa eu explico por que torço pelo Brasil, falo como a seleção do Brasil é melhor, eles acabam entendendo."
Ruperto é portenho, do bairro de Barracas, em Buenos Aires, mas viveu quatro anos no Brasil, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e diz que foram os mais felizes de sua vida. Desde então, conta, foi como se tivesse mudado de nacionalidade. Resolveu fazer da paixão um negócio, imprimiu cartões com a bandeira do Brasil e criou um perfil numa rede social. Começou a atender principalmente estudantes brasileiros, depois turistas e foi colecionando souvenirs que lhe traziam e CDs de todos os tipos de música brasileira.
Hoje em dia faz, principalmente, corridas para os aeroportos de Buenos Aires, city tours de quatro horas e também corridas para o zoológico de Luján, a 50 Km da capital. Diz que com três corridas dessas por dia ganha o mesmo que um táxi que fica o dia todo andando pela cidade. "E trabalho mais feliz e com mais segurança, pois já sei quem vou transportar e, além disso, é mais contato que faço com brasileiros."
Não quero ver a Argentina
O taxista diz que ainda sonha em ir ao Brasil assistir a algum jogo da Copa do Mundo, mas só se tiver entradas para ver o Brasil. "Uma pessoa do consulado me convidou para ir ver a partida da Argentina contra a Nigéria em Porto Alegre, mas eu não aceitei, não quero ver a Argentina, o que me interessa é ver o Brasil jogar."
Se não conseguir algum convite para ver o Brasil em campo, Ruperto diz que vai assistir aos jogos com uns amigos estudantes que sempre o chamam para comer feijoada. "Muitos dos meus passageiros se tornaram meus amigos, e uma atenção assim eu nunca consegui dos argentinos, por isso eu amo tanto o Brasil e torço para que vença a Copa, os argentinos que me perdoem."

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