Seleção tenta equilíbrio entre exposição de Weggis e blindagem de Dunga

Gustavo Franceschini, Paulo Passos, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Teresópolis (Rio de Janeiro)

Com certeza sem a liberdade de Weggis, em 2006, mas também não com a blindagem de Dunga, de 2010. Assim, com equilíbrio, a seleção brasileira de Luiz Felipe Scolari tentará trabalhar para a Copa do Mundo de 2014, a primeira em 64 anos disputada no Brasil. Nesta segunda-feira, o time se apresenta em Teresópolis, numa Granja Comary remodelada, que não recebe a equipe nacional desde 2009.

Comandante da campanha vitoriosa de 2002, Felipão usou os exemplos das últimas duas preparações de Copa para planejar o trabalho que será executado para este Mundial. Da experiência de 2006, considerada desastrosa por quem esteve lá, o treinador pode ouvir relatos do técnico da época, Carlos Alberto Parreira, atual coordenador técnico da seleção.

A exposição exagerada do jogadores durante o trabalho, como ocorreu em Weggis, na Suíça, sede da equipe antes da Copa da Alemanha, não será repetida. Na ocasião, os treinos tinham público que pagava para assistir. Agora, a equipe terá apenas um trabalho aberto para a torcida, antes do amistoso contra o Panamá, em Goiânia, no dia 3 de junho.

"Esse é um momento de focar na seleção, esperao que todos tenham esse respeito. Os treinos, por exemplo, não podem ser com portões abertos, a Fifa mesmo não permite isso. Não somos nós apenas que pretendemos ficar um pouco mais resguardados. Às vezes somos obrigados", afirmou Scolari no dia da convocação dos jogadores.

Em 2010, o exemplo da Copa anterior serviu para Dunga executar uma preparação com o time completamente blindado. Na África do Sul, o técnico cortou até mesmo o atendimento exclusivo dos seus jogadores à TV Globo, detentora dos direitos de transmissão dos amistosos da seleção e das competições da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

O trabalho de 2010 foi elogiado pelos jogadores que estiveram com Dunga no Mundial. Mas a imagem de um time fechado demais atrapalhou a imagem da seleção e os interesses comerciais da CBF, que conta com mais de 14 patrocinadores. 

Preocupado com o time, mas também atento à imagem, Felipão espera atingir um equilíbrio. Quer um time focado e com condições ideias de trabalho, mas sabe da importância da exposição positiva para conquistar o apoio do público.

Nova casa
Reformada, a Granja Comary receberá uma seleção brasileira principal pela primeira vez desde 2009. Após 10 meses de obras, a sede foi reinaugurada em março. O centro de treinamento tem 8.500 m² de área construída num terreno de 149 mil m².

A nova Granja foi um pedido da dupla Scolari e Parreira para a preparação do time na Copa do Mundo. Em 2013, a equipe treinou em CT's emprestados no Rio de Janeiro e em Goiânia antes de estrear contra o Japão, em Brasília.

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