No voo com Felipão: Pedido de título, cochilo e desconfiança com a Espanha
Luiza Oliveira, Paulo Passos e Ricardo Perrone
Do UOL, no Rio de Janeiro
Faltavam dez minutos para o horário previsto da decolagem quando Luiz Felipe Scolari entrou no avião. A sua presença no voo 1022, da Gol, que saiu de São Paulo para o Rio de Janeiro, às 11h40 deste domingo, não chamou muita atenção até o técnico sentar na sua poltrona. Dois pedidos de autógrafo, uma foto e uma rápida conversa foi o roteiro do técnico que comandará a seleção brasileira na Copa do Mundo antes da decolagem.
Nesta segunda-feira, ele começa o trabalho de preparação do time em Teresópolis. No voo que o levou para o Rio de Janeiro, a reportagem do UOL Esporte viu Felipão ser assediado por fãs, ouvir um "traz a taça pra gente" e cochilar, o que fez na maior parte do tempo, no trajeto de 50 minutos do aeroporto de Congonhas ao Santos Dumond.
Realmente parece ser verdade o que ele diz, que tem dormido tranquilamente apesar da pressão de comandar o Brasil num Mundial em casa pela primeira vez após 64 anos.
Na poltrona 4d, justo à frente de Felipão, Ricardo Corrêa Pimenta não se conteve e puxou assunto com o técnico. Futebol, escalação do Brasil na Copa ou opinião sobre rivais? Nada, o administrador elogiou uma palestra que viu do treinador.
"Assisti a uma conferência com ele no ano passado e lembrei. Ele foi simpático, perguntou se eu tinha gostado. Disse que sim e desejei boa sorte", conta o administrador.
Depois do breve bate-papo, Scolari ajeito o corpanzil na poltrona, virou o pescoço para a direita e dormiu. Do outro lado do corredor, Flávio Murtosa, auxiliar técnico, manteve-se acordado. Luiz Rosan e Carlos Pracidelli também foram no mesmo no voo.
Atrás de Felipão, o chileno Juan Esteban Ortega estava entretido colando figurinhas do álbum da Copa do Mundo. Faltavam 15 minutos para o avião pousar e ele, fã de futebol, não tinha ideia de quem estava na sua frente.
"A senhora do meu lado que me avisou. Estava colando as figurinhas e pedi para para ele dar um autógrafo na página do Brasil. Falamos pouco, eu disse que sou do Chile, que estamos num grupo difícil na Copa (com Espanha, Holanda e Austrália). Ele disse que a Espanha está mais ou menos, que temos chance", contou o engenheiro chileno que passa férias no Brasil.
Depois da aterissagem, Felipão se levantou para pegar uma pequena mala e foi reconhecido por mais passageiros que aguardavam para sair. Fotografado sorriu com timidez e até acenou. Um passageiro mais empolgado gritou: "traz o caneco pra gente!".