Dilma afirma que principais dirigentes da Fifa são um peso

Juca Kfouri

Do UOL, em Brasília

Em jantar com dez jornalistas esportivos no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff disse que os principais dirigentes da Fifa têm representado um peso.

Quando falava da necessidade de ampliar a rede de metrôs nas grandes cidades brasileiras, a presidente foi questionada se tais obras eram por causa da Copa. Respondeu: "Tirem o Blatter e o Valcke das minhas costas! Não tem nada a ver com a Copa, são obras para as cidades".

Ao que um dos presentes no jantar perguntou: "Eles são um peso, presidente?". "Ô, se são", concordou Dilma, em referência a Joseph Blatter, presidente da Fifa, e Jerôme Valcke, secretário-geral da entidade.
 
A presidente ouviu mais do que falou quando o assunto se limitava ao futebol, mas fez questão de dizer que se preocupa pouco com as pesquisas eleitorais neste momento: "Porque a partir de agosto eu tenho o que mostrar. Tenho muito o que mostrar", enfatizou.
 
Questionada se falar em medo de retorno ao passado não seria propaganda perigosa, Dilma frisou: "A propaganda é do PT, é deles, que têm todo o direito. Meu papel é mais amplo, não se trata de propaganda do governo".
 
Comercial do PT levado ao ar nesta semana associou seus rivais na disputa pelo Planalto a "fantasmas do passado" e afirmou que o Brasil "não quer voltar atrás".
 
Dilma não revela constrangimento por ter de se encontrar com o presidente da CBF, José Maria Marin, que, em 1976, elogiou o delegado Sérgio Paranhos Fleury (1933-1979), acusado de torturar Carlos Araújo, ex-marido dela:
 
"Por que citar o Carlos? Torturou a mim. Sabe o que eu sinto? Eu sinto que não sou eu quem tem de justificar nenhuma barbaridade para minha filha ou para meu neto. São eles que têm. Porque nós ganhamos. É assim que eu sinto: nós ganhamos".
 
IMPRENSA
 
Críticas da imprensa incomodam? "Mais alertam que incomodam. Vocês não fazem ideia de como ajudam às vezes. Tenho couraça", disse, sem citar nenhum crítico.
 
Contou que a reunião dos Brics no Brasil, que seria em março, ficou para julho porque o líder chinês, Xi Jinping, pediu, por ser apaixonado por futebol.
 
Ao responder sobre a solidão do poder, brincou: "Até teria, mas não dá tempo".
 
E disse que a busca da reeleição é mais complicada que a da eleição por três motivos: "Primeiro porque você é a presidenta; segundo porque quer se reeleger, e terceiro porque você é assim como é. Ou seja, tudo é motivo para crítica".
 
Sobre o temor de a população virar as costas para a Copa, ela foi convicta: "Na hora de a onça beber água, este país vai endoidar". 
 

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