Seleção da Copa era improvável em 2010: 2ª divisão, Bragantino e anônimos
Do UOL, em São Paulo
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Reprodução, AFP/PATRIK STOLLARZ, Almeida Rocha/Folha Imagem e Jasper Juinen/Getty Images
Bernard, Dante, Paulinho e Luiz Gustavo eram praticamente desconhecidos no começo do ciclo de 2014
O grupo da seleção que chega à Copa parecia uma reunião de indivíduos bastante improvável há quatro anos, quando Mano Menezes deu a largada no ciclo para 2014. Dos 23 eleitos de Felipão, anunciados na última quarta-feira, pelo menos quatro eram completamente desconhecidos do torcedor médio após o último Mundial. Neste quarteto, inclui-se uma então revelação do Bragantino, brasileiros de times menores da Alemanha e um novato da base do Atlético-MG, então emprestado para time de segunda divisão.
Paulinho se aproxima da primeira Copa de sua carreira com status de intocável no time titular. No começo do ciclo, no entanto, o volante era um nome conhecido por alguns corintianos, pois acabara de ser contratado pelo clube após se destacar no Campeonato Paulista com a camisa do Bragantino.
Caçula do grupo de Felipão, o meia-atacante Bernard hoje atua no futebol ucraniano, mas no começo do ciclo de Copa era um juvenil das categorias de base do Atlético-MG. Na verdade, o jogador do Shakhtar Donetsk começou como profissional em 2010, emprestado ao Democrata de Sete Lagoas para a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro.
Também em 2010, apenas os fanáticos de conhecimento avançado sobre futebol europeu já monitoravam a carreira de Dante e Luiz Gustavo. Na época o zagueiro começava a se destacar pelo Borussia Mönchengladbach, enquanto que o volante batalhava seu espaço no Hoffenheim.
"Cara, seleção é uma coisa que não importa o time que você joga, você sempre sonha. Eu sabia que ninguém me conhecia, eu jogava no Hoffenheim que é um excelente clube, que não tem visibilidade no Brasil. Quando fui para o Bayern fica tudo mais fácil. Em 2010 estava sofrendo como todo brasileiro, além de jogador eu sou torcedor da seleção brasileira", declarou Luiz Gustavo ao Sportv.
Há quatro anos, outros nomes que vão à Copa também enfrentavam momento delicado de carreira e pareciam apostas difíceis para o ciclo. O atacante Jô era um deles. Na época, o atual ídolo do Atlético-MG vinha de uma suspensão interna no Everton, da Inglaterra, por motivos disciplinares. Então ligado por contrato ao Manchester City, acabou novamente emprestado ao Galatasaray, para tentar um recomeço na Turquia.
DEZ NOMES DA PRIMEIRA LISTA DE MANO CHEGARAM AO FIM
Dos eleitos de Felipão para o Mundial em casa, apenas cinco estavam no grupo de Dunga na Copa anterior, na África do Sul. Julio Cesar, Daniel Alves, Maicon, Thiago Silva e Ramires atuaram em 2010 e agora levam a experiência à edição deste ano. Já Fred integrou o grupo de 2006.
"São seis jogadores que já disputaram Copa do Mundo e vamos ter que passar a nossa experiência de Copa do Mundo. A minha, a do Parreira a do Murtosa... e vamos convidar alguns ex-campeões mundiais, algumas pessoas com uma bagagem muito boa em termos de imprensa, para que eles nos ajudem em algumas palestras, para nós termos um ambiente e colocar alguma coisa a mais de como é uma Copa", declarou Scolari na entrevista coletiva após a convocação de quarta.
Por sua vez, da primeira convocação do ciclo, realizada por Mano Menezes para o amistoso de 10 de agosto de 2010 contra os Estados Unidos, dez nomes chegaram à Copa: Jeferson, Victor, David Luiz, Henrique, Thiago Silva, Daniel Alves, Marcelo, Hernanes, Ramires e Neymar.
Por outro lado, nomes como Ganso, Jucilei, Carlos Eduardo e Sandro perderam rendimento e acabaram ficando no meio do caminho. Alexandre Pato, uma aposta que há havia definhado no ciclo de Dunga, também estava na estreia de Mano, mas perdeu o seu espaço.
Então campeão da Copa do Brasil, o Santos foi o destaque nesta primeira convocação de Mano, com quatro integrantes. Se Neymar foi o símbolo do ciclo, com os dois treinadores, Ganso e Robinho acabaram perdendo espaço. Já o centroavante André deixou de ser um selecionável ainda naquele ano.