Jornal: Conta no nome de filha de R. Teixeira recebeu 2 milhões de euros

Do UOL, em São Paulo

18/04/201419h43

Uma conta no nome da filha de Ricardo Teixeira recebeu, em 2011, dois milhões de euros (mais de R$ 6 milhões, em valores atuais), que podem ter relação com a escolha do Qatar para ser sede da Copa de 2022.

De acordo com o jornal Telegraph, da Inglaterra, o valor foi depositado no nome de Antonia Teixeira, filha do ex-presidente da CBF, então com 10 anos. A eleição de Rússia (2018) e Qatar para sedes de Mundiais foi concretizada em dezembro de 2010.

Além disso, o jornal levanta a possibilidade do dinheiro ter tido origem com Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, com quem Teixeira realizou diversos negócio investigados durante sua gestão na CBF.

Ricardo Teixeira está sendo investigado pelo Comitê de Ética da Fifa por ter votado no Qatar como sede da Copa de 2022. O comitê tem investigado diversos cartolas para apurar as relações de dirigentes de futebol com investidores do Qatar.

Cartolas são investigados porque há quinze dias documentos de uma investigação do FBI revelaram que o ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner, recebeu US$ 2 milhões de Mohamed Bin Hammam, presidente da Federação de Futebol do Qatar.

Ricardo Teixeira chegou a apoiar Mohamed Bin Hammam para presidente da Fifa em 2011 e fechou um contrato de direitos sobre os amistosos da seleção brasileira para a empresa ISE, uma companhia que tem ligação direta com Bin Hammam.

Além da relação política de Ricardo Teixeira com o presidente da Federação de Futebol do Qatar, a seleção brasileira enfrentou a Argentina em amistoso no Qatar, pouco antes do país ser votado como sede da Copa de 2022. A CBF teria recebido valor duas vezes mais alto que o "normal" para a seleção brasileira jogar no país do golfo.

O ex-presidente da CBF não tem o dever de responder às perguntas do Comitê de Ética por não fazer mais parte da Fifa. No entanto, se for condenado, Ricardo Teixeira pode ser banido do futebol.