Figurinhas da Copa

As figurinhas da Copa estão nas bancas. Mas ninguém consegue ter os álbuns

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

O álbum de figurinhas da Copa do Mundo é um prato cheio para os jornaleiros de São Paulo que veem no produto um sucesso garantido de vendas. No entanto, o início da comercialização das figurinhas antes do livro ilustrado deixou os clientes insatisfeitos e gerou reclamações dos jornaleiros.

O advogado Bruno Medici está ansioso para fazer a coleção, mas saiu da banca de mãos vazias. "Geralmente você compra o álbum primeiro e depois começa a colecionar as figurinhas. É estranho isso acontecer e venderem as figurinhas antes. Vou voltar na semana que vem".

Os jornaleiros da capital paulista ficaram satisfeitos com o primeiro dia de vendas, mas afirmam que teriam aumentado bastante o faturamento se o álbum já estivesse disponível.

"Já me falaram que vendia bem, mas estou impressionado. Mas se tivessem saído os dois juntos, eu teria vendido o dobro", diz Walmor Luiz, que comercializou 736 pacotes de figurinhas na quinta.

Vendedor de uma banca de jornal também na região de Pinheiros, José Carlos Xavier vendeu 500 pacotes. Mas também acredita o resultado poderia ter sido bem melhor.

"A expectativa era vender umas 800 hoje. Esse planejamento atrapalhou. Acho que não ficou pronto a tempo ou faltou alguma coisa. Aqui no Brasil é tudo em cima da hora mesmo".

Já a proprietária de outra banca de São Paulo, Gisele Carlos, tem a mesma opinião. "Quando tiver o álbum vai vender bem mais. Seria muito melhor fazer essa venda casada. Eu acho que o álbum atrasou e decidiram colocar as figurinhas à venda assim mesmo", disse.

Diante da grande procura dos clientes, os jornaleiros começaram a cadastrar os clientes e fazer uma reserva para quando os livros ilustrados chegarem. Gisele diz que já recebeu a encomenda de seis álbuns para clientes.

Walmor se comprometeu a reservar 30 álbuns para os fãs das figurinhas que procuraram e ficaram sem. "Quem comprou as figurinhas é porque estava desesperado sabendo que a procura está grande. Muitos dizem que 'é uma febre' e perguntam 'não vai faltar?'. Conseguir vender para alguns também porque usei meu poder de persuasão", disse.

A Panini, através de sua assessoria de comunicação, informou ao UOL Esporte que a distribuição de álbuns após a liberação das figurinhas foi uma estratégia da empresa. Isso porque a companhia irá distribuir gratuitamente 6,5 milhões de álbuns como encarte de jornais de grande circulação do país, entre os quais O Estado de S. Paulo, neste domingo.   

A partir de terça os álbuns estarão nas bancas, frisa a Panini. A empresa informa que os jornaleiros foram avisados sobre a comercialização posterior dos álbuns.

O jornaleiro Walmor Luiz, no entanto, reclama que a data anunciada pela Panini para o início das vendas do álbum era no dia 4. Ele conta que a Panini divulgou a informação em um evento que reuniu os 50 principais jornaleiros de São Paulo em uma churrascaria no mês de fevereiro.

"Eu passei por mentiroso, perdi um pouco da credibilidade com meus clientes porque falei que o álbum ia sair no dia 4. O pessoal chega aqui e reclama que não tem o álbum e eles não entendem porque as figurinhas começaram a ser vendidas antes. Isso poderia ter sido melhor planejado", conta..

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