Operário do Itaquerão não resiste a ferimentos e morre no hospital
Danilo Lavieri
Do UOL, em São Paulo
O operário Fabio Hamilton da Cruz, de 23 anos, não resistiu aos ferimentos causados pela queda nas obras das arquibancadas provisórias do Itaquerão e morreu na tarde deste sábado. É a terceira morte de funcionários que trabalhavam nas obras do estádio da abertura da Copa do Mundo.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital Santa Marcelina, local para onde Fabio foi levado após o acidente, a morte foi confirmada às 16h, em decorrência dos ferimentos causados pela queda.
É a oitava morte de funcionário ligado às obras para a realização da Copa do Mundo do Brasil. No final de novembro do ano passado, Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44 anos, morreram após a queda de um guindaste no canteiro de obras do Itaquerão. Também morreram quatro operários nas obras de Manaus e um em Brasília.
Fabio era funcionário da WDS Construções, empresa contratada pela Fast Engenharia para auxiliar na montagem das arquibancadas móveis atrás dos gols, e estava trabalhando na montagem dos pisos das arquibancadas provisórias do setor sul da Arena.
O trabalhador deu entrada no hospital Santa Marcelina por volta das 11h30 e seu estado já era considerado gravíssimo. Fabio passou por procedimento cirúrgico durante a tarde de sábado, mas não resistiu aos ferimentos. Ainda não há informações sobre onde será o enterro de Fabio.
Segundo a assessoria de imprensa da Fast, o trabalhador caiu de uma altura de oito metros. Porém, o Corpo de Bombeiros diz no seu Twitter oficial que a queda foi de 15 metros.
De acordo com operários ouvidos pelo UOL Esporte, a queda aconteceu quando vigas de metal eram suspensas. Havia um cabo de aço no alto para o empregado prender o mosquetão. As testemunhas disseram que no momento de fixar o equipamento o funcionário perdeu o equilíbrio e despencou.
Num primeiro momento, o acidente com o operário não é motivo para interromper as obras no Itaquerão informou a assessoria de imprensa da Secopa de São Paulo. O argumento é que o acidente não foi consequência de falta de condições de trabalho uma vez que Fábio usava todos os equipamentos de segurança. A Secopa deve se manifestar sobre o caso na segunda-feira.
A Fast Engenharia foi contratada pela Ambev para executar o serviço de construção das arquibancadas e alugar a estrutura durante o Mundial.
Em parceria com a Arena Group, que trabalhou com esse tipo de estrutura nos Jogos Olímpicos de Londes, em 2012, a Fast produziu os assentos temporários da Arena Fonte Nova, utilizados na Copa das Confederações.
Com um investimento de R$ 38 milhões, as arquibancada móveis do estádio devem ter 21 mil cadeiras temporárias, e as estruturas serão desmontadas após a Copa. O processo de instalação dos assentos no setor sul começou no início de fevereiro deste ano, com 90 operários.
A Fast Engenharia projetou um pico de 150 trabalhadores no local. O cronograma de entrega da montagem das arquibancadas está foi previsto para abril.