Antes do Itaquerão, obras da Copa tiveram mortes em Manaus e Brasília
Do UOL, em São Paulo
Nesta quarta-feira, duas pessoas morreram em um acidente no Itaquerão, estádio do Corinthians que estava programado para ser inaugurado no próximo mês de janeiro para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Antes disso, outras duas cidades-sede tiveram problemas em suas construções, com casos fatais em Manaus e Brasília.
A primeira aconteceu no mês de junho de 2012 quando um ajudante de carpinteiro caiu de uma laje na obra do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha. José Afonso de Oliveira Rodrigues, 21 anos, tentou ser reanimado por cerca de 40 minutos, mas não resistiu.
A segunda fatalidade ocorreu na capital do Amazonas, no mês de março. Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, era pedreiro e foi encontrado já morto por outros trabalhadores do turno noturno da obra.
Ele caiu de uma altura de cerca de 4 metros enquanto caminhava por vigas. Sua morte, porém, ocorreu durante um intervalo de trabalho, enquanto Raimundo estava sozinho no canteiro de obras. Nenhum outro operário viu o que aconteceu.
Em um caso não relacionado a obras, o armador Antônio Abel de Oliveira, de 55 anos, procurou a enfermaria do consórcio após se sentir mal durante o trabalho. Ele deu entrada no hospital com parada cardiorrespiratória e sangramento na região oral, mas não resistiu.
Feridos, explosão e incêndio
Além dos casos fatais, as obras do Mundial de 2014 já tiveram outros casos com feridos e até uma explosão.
Em outubro de 2012, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, um trabalhador cujo nome não foi revelado fraturou seu braço após ser atingido por um pedaço de madeira.
Em dezembro de 2012, uma explosão seguida por um princípio de incêndio assustou os operários que trabalhavam nas obras da Arena da Baixada, estádio do Atlético-PR em Curitiba que receberá os jogos da Copa do Mundo de 2014. Não houve feridos.
Em outubro deste ano, um princípio de incêndio atingiu o Complexo da Arena Pantanal, em Cuiabá, e o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater as chamas no estádio. De acordo com informações da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), o fogo começou em placas de isopor de uma das áreas do setor oeste da arena, mas foi controlado pelos bombeiros e ninguém se feriu.
Obras em estádios fora da Copa mataram outros três
Obras não relacionadas com a Copa também tiveram acidentes fatais recentemente. Em abril deste ano, um dos lances da arquibancada superior da Arena Palestra desabou e o funcionário Carlos de Jesus, de 34 anos, morreu. Outro operário ficou ferido.
Em janeiro, um operário da Epplan, empresa terceirizada que trabalha na construção da Arena do Grêmio, morreu após sofrer uma descarga elétrica. Segundo informações da polícia, ele trabalhava na manutenção do sistema de iluminação quando ocorreu o acidente. A vítima trocava uma luminária quando recebeu a descarga. Uma ambulância do Samu foi chamada, mas o homem não resistiu e acabou falecendo no local.
Em outubro de 2011, um operário da Arena Grêmio morreu atropelado. Por causa da localização do dormitório dos trabalhadores, eles são obrigados diariamente a atravessar uma movimentada rodovia, o que acabou no acidente fatal e num protesto de outros operários, que colocaram fogo nos dormitórios.