Lembra o Fernandinho? Ele vale R$ 131 milhões e quer uma chance com Felipão

Fernando Duarte

Do UOL, em Manchester (Inglaterra)

Brasileiros pelo mundo
Brasileiros pelo mundo

Apesar de não ser tão badalado no Brasil, ele custou 40 milhões de euros (R$ 131 milhões) para o Manchester City, um dos clubes mais poderosos do mundo atualmente. Ao lado do marfinense Yaya Touré, forma uma dupla de volantes que tem arrancado suspiros nas quatro competições que o clube do norte inglês disputa. Todo esse sucesso, no entanto, desperta uma dúvida no país da Rainha: por que Fernandinho não está na seleção brasileira?

"Sei que falta pouco para a Copa do Mundo e que o Felipão tem um grupo praticamente fechado, mas eu sigo com esperanças e tenho confiança de que ainda posso ser chamado. Então estarei prestando muito atenção à convocação para o amistoso com a África do Sul", explica Fernandinho, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte em sua casa nos arredores de Manchester, no norte da Inglaterra.

Aos 28 anos, o volante teve cinco oportunidades de defender a seleção brasileira, todas com o então técnico Mano Menezes à frente da equipe nacional. A última vez que seu nome figurou entre os convocados foi em fevereiro de 2012, para o amistoso contra a Bósnia.

Apesar dessa lacuna, os números do atleta ajudam a alimentar a ansiedade pela próxima e última convocação antes da lista final para a Copa do Mundo. Enquanto seu principal rival, o Manchester United, sofre com a saída de Alex Ferguson, o treinador que o comandou por 27 anos, o City briga pela liderança no Campeonato Inglês e segue na disputa da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga Inglesa.

E, depois de duas eliminações na primeira fase, chegou ao mata-mata da Liga dos Campeões, em que medirá forças com um Barcelona às voltas com a forma discreta de Messi e a lesão de Neymar. Em 29 partidas, Fernandinho marcou três gols e deu quatro assistências, empolgando o clube o suficiente para fazer lobby no mês passado por sua convocação em sua conta no Facebook.

A convocação para o amistoso de 5 de março em Johanesburgo, contra a África do Sul, será em meados de fevereiro e Felipão já não poderá contra com Lucas Leiva, que lesionou o joelho jogando pelo Liverpool. O volante vinha sendo chamado como uma das opções ao lado de Hernanes, Paulinho e Luiz Gustavo, e sua ausência abre, na teoria, uma brecha para observar Fernandinho no último amistoso antes da chamada final para a Copa, em maio.

"Fui usado fora de minha posição algumas vezes com o Mano e isso pode ter me atrapalhado um pouco. Eu também jogava na Ucrânia, o que não é o ideal em termos de visibilidade. Estou agora em plenas condições de mostrar serviço", brinca o jogador.

Revelado pelo Atlético-PR, Fernandinho foi vendido para o Shakhtar em 2005, tornando-se um dos pioneiros da "invasão" brasileira que tomou conta do clube ucraniano – no elenco atual, por exemplo há 10 jogadores do país. Por lá conquistou uma série de títulos, incluindo o da Copa da Uefa de 2009.

De propriedade de um dos homens mais ricos do mundo, o bilionário Rinat Akhmetov, o Shakhtar também é conhecido pela resistência com que enfrenta propostas de grandes clubes europeus por seus jogadores. Para conseguir sair, Fernandinho precisou de muita negociação com Akhmetov, além de abrir mão de 4 milhões de euros em luvas por receber. "Mas vejo isso como um investimento na minha carreira. Era o momento de sair e buscar desafios".

Poucos são tão grandes como o de fazer o City conquistar uma quantidade de troféus proporcional ao investimento em jogadores feito pelo oligarca árabe Mansour bin Zayed, que assumiu o controle do time em 2008. Desde então, vieram apenas a FA Cup de 2011 e o título inglês de 2012.

"Os jogadores sabem da pressão pelos títulos por causa do investimento, mas o City tem um elenco que nesta temporada poderá ir longe", diz Fernandinho.

Para isso, no entanto, a equipe do volante brasileiro terá uma pedreira pela frente na principal competição europeia. O mata-mata da Liga dos Campeões começa em 18 de fevereiro e Fernandinho torce para poder enfrentar Neymar, apesar da dificuldade que em teoria o retorno do atacante pode trazer para os planos do City.

"Eu sempre torço pelo sucesso dos jogadores brasileiros no exterior. A gente sabe o quanto precisa dar duro aqui fora. Será muito interessante enfrentar o Barcelona e o Neymar. Mas confio muito no potencial do City para se sair bem nessa disputa", conclui.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos