Fifa é pega de surpresa com goteiras no Mané Garrincha e põe pressão no DF

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

Sete meses após inauguração, Mané Garrincha tem goteiras

Questionado na manhã desta quarta-feira (22) se a Fifa estava preocupada com as goteiras que apareceram na cobertura do estádio Mané Garrincha sete meses após a inauguração, Cris Unger, chefe do Departamento de Operações da entidade para a Copa, fez cara de surpresa e disse que não havia sido avisado do problema pelo governo do Distrito Federal ou pelo COL (Comitê Organizador Local). "Eu não estou sabendo de goteira nenhuma", afirmou Unger ao UOL Esporte após visita técnica à arena de Brasília.

O representante da Fifa aproveitou a ocasião para cobrar do COL e do governo do DF uma garantia de que o gramado será preservado e evoluirá até a abertura da Copa, no dia 12 de junho, para receber os sete jogos do Mundial programados para o local dentro do "padrão Fifa". "Ouvimos aqui hoje com preocupação que o gramado receberá mais dois jogos", disse Unger. Nos dias 5 e 12 de abril o Mané Garrincha recebe a fase final do Campeonato Brasiliense de Futebol. 

"Realmente esperamos que seja respeitado um tempo de descanso o maior possível para que a grama pegue e se recupere", advertiu o representante da Fifa. "As expectativas das seleções que participam da Copa para estes estádios são enormes e temos que cumprí-las", diz o cartola da entidade máxima do futebol mundial.

Apesar disso, ele afirma que ficou satisfeito com as condições atuais do campo. Unger aproveitou também para elogiar o estádio. "Minha impressão pessoal é que o estádio é excelente", afirmou.

O gerente de Operações do COL, Tiago Paes, e o titular da Secopa-DF (Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo no Distrito Federal), garantiram que tudo estará dentro do "padrão Fifa" até a abertura da Copa.

O Mané Garrincha é o estádio mais caro dentre os 12 da Copa do Mundo. De acordo com o TC-DF (Tribunal de Contas do Distrito Federal), seu valor é de R$ 1,7 bilhão -- R$ 1,4 bilhão já gasto na obra e mais R$ 300 milhões em obras complementares no estádio e entorno.

Tudo sob controle

"Na verdade, não há preocupação nenhuma com o estádio nem com a cobertura", afirmou Paes, que foi chamado pelo dirigente da Fifa para falar sobre as goteiras, já que ele foi pego de surpresa pela informação. O representante do COL garantiu ao colega da Fifa que os reparos do problema estão em andamento. Realmente, na manhã desta quarta-feira era possível ver operários trabalhando na cobertura.

Realmente, na manhã desta quarta-feira era possível ver operários trabalhando na cobertura.

"O que aconteceu aquele foi que a força do vento e a precipitação de chuva foram muito fortes naquele dia", afirmou Cláudio Monteiro. Ele referia-se ao dia 22 de dezembro, quando a seleção feminina de futebol do Brasil ganhou do Chile no estádio Mané Garrincha pela final do Torneio Internacional de Futebol Feminino debaixo de chuva. No dia seguinte, o UOL Esporte revelou que havia goteiras por toda a cobertura do estádio.

Segundo Monteiro, foi uma sorte a arena estar pronta desde maio do ano passado e as goteiras terem aparecido seis meses antes da Copa. De acordo com o secretário, o estádio foi testado sob diversas condições, e há tempo de deixá-lo perfeito para o Mundial

A visita ao estádio Mané Garrincha faz parte de uma série de inspeções técnicas da Fifa nas seis arenas da Copa do Mundo que já foram entregues. Também nesta semana, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, inspecionou as seis arenas que ainda falta serem entregues.

Na visita técnica, membros do COL e da Fifa avaliam os planos e estruturas para 19 áreas operacionais dos estádios durante a Copa, entre elas segurança, transportes, recepção de autoridades, delegações, área de imprensa e outros quesitos. 

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