Haddad prevê 50 mil empregos em Itaquera e bairro irreconhecível após Copa
Tiago Dantas
Do UOL, em São Paulo
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Tiago Dantas/UOL
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, visita a região do estádio do Corinthians em Itaquera
Palco da abertura da Copa do Mundo, o bairro de Itaquera, na zona leste da capital, deve ganhar um centro empresarial capaz de gerar 50 mil novos empregos nos próximos cinco anos, segundo o prefeito Fernando Haddad (PT).
Além das novas empresas, o entorno do novo estádio corintiano deve ter uma filial do museu parisiense La Villette, que será batizado de Museu da Criança. Nos terrenos vizinhos estão previstos, ainda, um centro cultural, um fórum e unidades do Sesc e do Senac.
As benfeitorias só devem sair do papel, porém, depois que a Copa terminar. Algumas dessas obras já faziam parte do Polo Institucional de Itaquera, anunciado em 2011 por prefeitura e governo do Estado - e do qual só ficou pronta a unidade da Fatec.
Não foram divulgados prazos para o início da construção dos novos equipamentos. O terreno em frente ao Itaquerâo, que futuramente deve abrigar o Museu da Criança e um centro cultural, será utilizado para receber as estruturas complementares exigidas pela Fifa, como área para imprensa e geração de imagens.
Outras duas áreas que estão destinadas a equipamentos públicos após o Mundial devem funcionar como estacionamentos provisórios durante a Copa: um terreno vizinho à Fatec e a futura rodoviária (vizinha à estação Corinthians-Itaquera do Metrô). Para chegar ao número de vagas pedido pela Fifa ainda será preciso utilizar uma área de estacionamento cedida pelo Shopping Itaquera.
Em visita ao bairro na manhã desta sexta-feira, 10, Haddad defendeu o legado que o Mundial deixará para a região e a transformação prevista para os próximos anos. "Tenho certeza que as pessoas não vão reconhecer essa região daqui cinco anos", disse o prefeito.
A principal aposta de Haddad para que exista um legado para a população de Itaquera é a entrada em vigor da lei que dá isenção fiscal durante 20 anos para empresários que quiserem se instalar na zona leste.
O texto foi regulamentado nesta sexta e deve entrar em vigor em 1 de fevereiro. As empresas interessadas terão cinco anos para aproveitar os benefícios concedidos po poder público. "Um grupo grande já se comprometeu com um empreendimento que vai gerar 50 mil postos de trabalho. Outros empresários estão procurando a prefeitura também", disse Haddad.
O grupo deve construir um complexo para uma empresa de telemarketing, além de um conjunto de escritórios em um terreno onde antes funcionava uma pedreira. Parte do terreno já estava sendo utilizada para a construção do Complexo Viário de Itaquera.
"Esse projeto pode ser um dos maiores projetos de mobilidade de São Paulo. Em vez de se deslocar até o centro, por 20, 25 quilômetros, o morador da zona leste vai ter o emprego do lado da sua casa", disse Haddad, lembrando que isso diminuiria consideravelmente as viagens de carro e transporte público.
"Isso pode transformar a zona leste numa cidade de verdade, e não apenas um bairro dormitório, trazendo para cá todos os equipamentos e oportunidades que a cidade tem a oferecer."
Durante a visita, o prefeito conversou com moradores da Comunidade Vila da Paz, favela vizinha ao novo estádio do Corinthians, e vistoriou as obras viárias que estão sendo feitas em parceria com o governo do Estado.
Um grupo de 101 familias que vivem na Comunidade da Paz serão realocadas em unidades habitacionais a 3 km dali. Os outros moradores sairiam da área depois. Durante a reunião, os moradores entregaram a Haddad uma proposta que prevê a reurbanização da favela, em vez da remoção de todas as famílias.