O Ministério Público do Trabalho do Amazonas pediu a interdição imediata das obras na Arena da Amazônia, em Manaus. O pedido veio depois de um dos operários que trabalhava na obra ter morrido neste sábado. O pedido de interdição engloba todas as áreas que envolvam atividades em altura até que sejam garantidas todas as condições de segurança dos operários. 

De acordo com a procuradora Maria Nely Bezerra de Oliveira, esta é a segunda vez que o MPT pede a interdição da obra. A primeira foi em junho deste ano, após uma vistoria que constatou que as condições de trabalho dos operários não eram adequadas. À época, o pedido foi negado pela justiça. 

Na madrugada deste sábado o operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, caiu de uma altura de 35 metros enquanto trabalhava na instalação dos refletores da arena. Mais tarde, o operário José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, que trabalhava na obra do Centro de Convenções ao lado da arena, morreu ao sofrer um infarto.

A procuradora diz que o acidente será investigado e que uma vistoria na obra já estava prevista para a próxima segunda-feira, mesmo antes do acidente. "Nós já havíamos agendado uma vistoria por conta de uma ação civil pública que ingressamos em março, por conta de uma outra morte ocorrida no canteiro. Essa morte prova, ainda mais, que a obra precisa ser fiscalizada de forma rigorosa", diz a procuradora.

O pedido de interdição impetrado pelo MPT estabelece multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento.

Procurada pela reportagem, a UGP Copa, órgão do governo do estado que administra as obras para a Copa do Mundo em Manaus, disse que vai esperar ser notificada para se posicionar a respeito do pedido de interdição.