O novo Neymar, agora um dos astros do Barcelona, mudou a cara do público que acompanha o dia-a-dia da seleção brasileira. Com o atacante em alta, camisas do time catalão acompanham a delegação verde-amarela nos treinos e no hotel onde o grupo está hospedado, refazendo uma antiga conexão que já teve Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho como protagonistas.

A profusão de uniformes azul e grená, ou os amarelos e vermelhos lançados nesta temporada, substitui as Neymarzetes. Na Copa das Confederações, as adolescentes histéricas pelo atacante roubaram a cena à beira do gramado, com gritinhos direcionados ao atacante. 

Em Miami, durante a semana de treinos que antecede o amistoso contra Honduras, o cenário foi diferente. No hotel da seleção, que fica no centro da cidade, famílias inteiras passam horas aguardando por um autógrafo na camisa do time europeu.

"Nós somos todos torcedores do Barcelona, e sempre gostamos do Neymar. Meu filho fala há anos que ele tinha de ser contratado, e agora que ele foi estamos todos empolgados", conta Jesus Teruel, hondurenho que promete torcer pelo Brasil no próximo sábado.

Nos treinos, dezenas de jovens se aglomeram nas cercas que separam o gramado do restante da FIU (Universidade Internacional da Flórida). Se não chegam a dividir espaço com o amarelo das camisas da seleção, os uniformes do Barcelona ganham fácil na disputa com qualquer clube brasileiro.

"Eu sou fã do Oscar, mas vim aqui com a camiseta do Barcelona para conseguir um autógrafo do Neymar", disse Massimo Stanzioni, italiano que comemorou bastante uma "selfie" com o atacante, que celebrou o assédio.

"Fico feliz de poder ter torcedores que antes só acompanhavam o Barca estarem na seleção também. Espero fazer história no Barcelona e na seleção", disse o atacante.

Neymar está longe de ser o primeiro a estabelecer essa relação. Desde os anos 1990 o clube catalão aposta em brasileiros como estrelas da equipe, que sempre arrastaram fãs do Barcelona para o dia a dia da seleção.

A conexão é grande também fora de campo. Nos anos de domínio de Ricardo Teixeira, figuras como Sandro Rossell, presidente do Barcelona e ex-sócio do cartola brasileiro, e Pepe Costa, diretor do clube, se tornaram habitués do ambiente verde-amarelo. Hoje, com José Maria Marin, essa relação ainda não voltou a ser tão próxima, mas o sucesso de Neymar na Europa pode mudar esse cenário.