Em baixa desde a Copa do Mundo de 2010, o lateral-direito Maicon, de 32 anos, admitiu que exagerou nas baladas durante a carreira e prometeu ficar mais tempo em casa para voltar a jogar em alto nível pela Roma e pela Seleção Brasileira. "Tenho um objetivo que é mais importante do que uma saída na noite. Então, com certeza, vou ficar mais em casa e focar meu objetivo", disse o jogador, em entrevista ao Esporte Espetacular, da TV Globo.

"Tudo o que depender de mim, vou fazer", afirmou Maicon, ao ser questionado se passaria a sair menos e a beber menos. "(Tinha) dias em que eu podia descansar, mas saía. É um erro que agora não posso cometer", afirmou. Maicon disse que ficou surpreso com a convocação feita por Felipão e comparou a sensação à primeira vez que foi chamado para compor o time nacional. "Confiança, ele (Felipão) tem. Agora cabe a mim retribuí-lo e jogar bem pela seleção."

Durante a entrevista, o jogador afirmou que notou que precisava mudar de atitude quando seu filho Felipe, de 8 anos, começou a perguntar porque ele não aparecia mais na TV como antes. "Esse momento mexeu bastante comigo. Quis voltar a jogar e mostrar pra ele que papai não estava morto." O fim da exposição na mídia parece ter mexido com o lateral-direito. "Bateu aquela tristeza de não estar sendo visto. Toda quarta e sábado ou domingo você é visto na televisão. De repente, você é como um fantasma."

O atleta não culpou apenas a vida boêmia por sua queda de rendimento após a Copa do Mundo da África do Sul – "um tempo que eu não estava bem comigo mesmo", nas palavras dele. Ao lembrar que passou 12 anos jogando praticamente sem tirar férias, enquanto defendia a Inter de Milão e era convocado regularmente para a Seleção. O excesso de jogos levou a um cansaço muscular que, por sua vez, o obrigou a operar o joelho direito em 2011.

Lesões e queda de rendimento

O lateral-direito transferiu-se para o Manchester City, onde sofreu uma nova lesão, desta vez no calcanhar esquerdo. "Praticamente parei de jogar depois dessa lesão. É o meu pé de apoio e, pra minha função, é importante para dar a arrancada. Comecei a forçar a perna direita e lesão no joelho não suportou. Tive que fazer segunda operação no joelho direito."

Em meio a críticas, Maicon foi enviado para o time B do Manchester City. "Nessas horas você tem que ter cabeça, motivação e personalidade. Surgem críticas e as pessoas começam a desconfiar do seu trabalho."

Em 2010, o brasileiro tinha atingido o ápice da carreira, quando ganhou a Liga dos Campeões ao lado de Julio Cesar e Lúcio, trio de confiança de Dunga na seleção. Com a saída do treinador José Mourinho, porém, o lateral perdeu espaço, assim como seus companheiros. Em 2011, sob o comando de Mano Menezes na seleção, Maicon ainda chegou a aparecer com destaque na Copa América, mas não conseguiu ter uma sequência na equipe.

De volta ao futebol italiano, na Roma, Maicon foi a grande novidade de Felipão para os amistoso contra Austrália e Portugal, em Brasília e Boston (EUA), respectivamente.