O lateral Maicon foi uma das novidades do técnico Luiz Felipe Scolari na lista de convocados da seleção brasileira para os amistosos contra Austrália e Portugal, dias 7 e 10 de setembro, respectivamente. Como fato curioso, o chamado acontece após a pior temporada do atleta em nove anos na Europa. Ainda visto como opção para a vaga de Daniel Alves, o lateral se agarra na experiência para tentar garantir seu lugar na Copa do Mundo de 2014.

Aos 32 anos, Maicon não era convocado há pelo menos dois anos. Ele esteve na Copa América de 2011 e foi chamado pela última vez para o amistoso contra a Alemanha em agosto do período em questão. Porém, seu retorno acontece em uma fase distante da já exibida pelos gramados mundo afora.

Maicon disputou apenas 14 partidas na temporada 2012/2013 e não marcou gols. Ele foi titular em sete jogos pelo Manchester City e ainda atuou uma vez na Inter de Milão. O lateral foi reserva em outras seis oportunidades. Desde que foi eleito o melhor jogador do mundo na posição em 2009/2010, a queda de rendimento é perceptível.

No ano da Copa do Mundo de 2010 foram 51 jogos e sete gols marcados. Maicon chegou a disputar 50 partidas como titular. Em 2010/2011 foram 42 jogos no time principal da Inter de Milão e um gol assinalado. O declínio acentuou-se a partir de 2011/2012, quando entrou em campo em 29 ocasiões e balançou as redes três vezes.

Contratado pela Roma-ITA, o lateral vive a expectativa de reencontrar o seu futebol no novo clube e provar que ainda pode ser útil ao Brasil no Mundial do próximo ano. Como Felipão decidiu convocar apenas um jogador de cada time brasileiro, Maicon teoricamente entrou na vaga de Jean, do Fluminense, que vinha sendo chamado para a posição.

Luiz Felipe Scolari deixou a disputa aberta, mas não escondeu que busca atletas que possam agregar experiência no setor, lacuna sonhada por Maicon durante o tempo em que esteve ausente da sonhada lista.

"Observo o Maicon desde que voltei. O pessoal da Roma está muito satisfeito e as informações são muito boas. É uma oportunidade para observá-lo nos próximos jogos e decidir se continuaremos chamando-o. É importante para ver a reação do atleta. Buscamos alguma experiência nos jogadores que temos para a posição. Isso é uma sequência de trabalho. Observo outro lateral que joga fora do país e posso chamá-lo. É fundamental que ninguém acredite que vá ganhar a posição por conta da Copa das Confederações", explicou Felipão.

Sombra para Daniel Alves
Na última vez que tinha sido convocado, Maicon viu do banco de reserva o time de Mano Menezes ser derrotado por 3 a 2, em Stuttgart, há dois anos. Do mesmo lugar, no espaço dos suplentes, ele esteve nos primeiros jogos da Copa América de 2011, com Daniel Alves de titular.

Foi assim até uma conversa entre os jogadores mais experientes do time, Júlio César e Lúcio, com o então técnico da seleção, Mano Menezes. A dupla pediu para Alves ser sacado e Maicon virar titular, repetindo o trio de defesa da era Dunga. Mano atendeu.

A troca na lateral-direita foi um dos episódios do conflito de gerações que marcou a Copa América, sob o comando de Mano Menezes. Após renovar o time no seu primeiro ano de trabalho, o ex-comandante da seleção chamou remanescentes da era Dunga, que cobraram publicamente seriedade dos novatos.

"O símbolo que vai à frente da camisa é mais importante do que o nome que vai atrás da camisa. Além de talento e genialidade, tem que ter algo mais, não é nome que vai ganhar jogo e não é só uma vitrine. Falta dar um pouquinho mais, jogar um pouco sem a bola, o conjunto sempre foi o principal da seleção brasileira, não a individualidade", afirmou Lúcio durante o torneio.

Com Maicon, Mano e a geração Neymar, o Brasil fracassou na Copa América. O lateral volta ao time agora sob nova direção e como time em alta após a conquista da Copa das Confederações.