Final terá encontro de Neymar com novos companheiros e 'rivais' por vaga no Barça
Luiz Paulo Montes
Do UOL, no Rio de Janeiro
Neymar terá no próximo domingo seu primeiro encontro com alguns dos companheiros de Barcelona desde que acertou com o time catalão, no fim de maio. Curiosamente, ainda de lados opostos. Na final da Copa das Confederações, entre Brasil x Espanha, o camisa 10 da seleção encontrará nada menos que 11 de seus novos parceiros, no duelo no Maracanã.
Um encontro que torcedores das duas seleções e até os chamados 'amantes do futebol' esperam para ver é entre Neymar e Xavi/Iniesta. Em campo, os três são, em tese, os grandes nomes de suas seleções. A dupla espanhola frequentemente figura em listas dos melhores do mundo e lideram o meio de campo dos europeus. No Brasil, Neymar é a grande esperança na criatividade e em suas jogadas individuais.
Pessoas do estafe do craque brasileiro dizem que ele está bastante ansioso para entrar em campo contra os futuros companheiros. Veem até mesmo a chance de ele 'se consagrar' em caso de uma boa atuação e o título da seleção no domingo, quando os espanhóis estarão ligados na partida e, provavelmente, no novo jogador do Barça.
O ex-santista encontrará, por exemplo, seus maiores rivais por posição no Barcelona – Pedro e David Villa, que hoje são reservas da Fúria. Se depender do desempenho deles na Copa das Confederações, Tito Vilanova, treinador do time catalão, sabe que poderá contar com seu novo astro entre os titulares, mas não deve descartar os 'locais'.
Segundo o Datafolha, o brasileiro tem desempenho 'equilibrado' com os espanhóis. Tem um gol a menos que Villa (três contra dois), mas um a mais que Pedro. Em média de passes, tem o dobro que David (26 contra 13), mas perde para o outro rival (31). Neymar dribla dez vezes mais que Villa e duas que Pedro (cinco contra 0,5 e 2,5).
"Quem chega é sempre bem recebido. É um grande jogador, diferente, que desponta bastante no um por um. Está entre os primeiros do mundo", afirmou Xavi, sobre as qualidades de seu mais recente companheiro – e, por enquanto, rival.
Um dos principais jogadores de Felipão na competição, o camisa 10 foi eleito melhor em campo nas três partidas da primeira fase, contra Japão, México e Itália. Em todo o tempo que participou dos quatro jogos até aqui, ele recebeu uma média de 35,8 bolas. O camisa 7 espanhol é bem menos acionado (20 vezes), enquanto os companheiros buscam Pedro ao menos 40 vezes.
David Villa, porém, pode sequer atuar ao lado do jogador brasileiro. Ele é um dos mais cotados para deixar o clube na janela de transferências e tem seu nome ligado a grandes equipes do futebol europeu. Se a saída for confirmada, a concorrência para Neymar seria um pouco menor.
Em 2011, na final do Mundial de Clubes, Neymar teve a oportunidade de atuar contra vários destes jogadores. Na ocasião, quando teve uma atuação bastante apagada, o Santos foi goleado pelo time espanhol por 4 a 0, e o jogador foi criticado. Mais recentemente, em sua apresentação no Barcelona, um dirigente do time espanhol deu a entender que ele, naquele jogo, já tinha um pré-acordo com o clube. O grande encontro do duelo foi de Neymar com Messi, que um mês depois seria eleito o melhor do mundo.
Além de Xavi, Iniesta, Pedro e Villa, o camisa 10 da seleção encontrará no domingo o goleiro Victor Valdes, os defensores Gerard Piqué e Jordi Alba, o volante Sergio Busquets e o meia Fábregas. Do Real Madrid, maior rival na Espanha, a seleção conta com o goleiro Iker Casillas e os defensores Álvaro Arbeloa, Raúl Albiol e Sergio Ramos.
O Brasil enfrenta a Espanha no domingo, às 19h, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Felipão tenta levar a equipe ao título logo em sua primeira competição desde que reassumiu o cargo de técnico do time, em novembro do ano passado, ocupando cargo deixado por Mano Menezes.