Na passagem por Belo Horizonte, a seleção brasileira não treinou em dois centros de treinamentos tidos como os melhores do Brasil. Isso porque os CT's do Atlético-MG e do Cruzeiro ficaram fora da lista da Fifa (Federação Internacional de Futebol) de locais credenciados para receber as equipes que disputam a Copa das Confederações.

A entidade que organiza o torneio credenciou o Sesc Venda Nova e o Independência para treinamentos das seleções. O Brasil escolheu o Sesc Venda Nova para trabalhar na última segunda-feira. O treino da véspera do jogo ocorreu no Mineirão, local da partida desta quarta contra o Uruguai.

A Cidade do Galo, centro de treinamento do Atlético-MG, ficou fora da lista por opção do clube. O CT possui quatro campos de tamanho oficial, hotel com 20 suítes para concentração, sala de fisiologia, departamento médico e odontológico, vestiários, academia e outras estruturas. Em 2008, o local recebeu a seleção para o jogo contra a Argentina, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010.

"Eu não assinei o documento que a Fifa me mandou para credenciar o CT. Disse que não. Teria que desalojar jogadores das categorias de base e atender outras exigências deles. Eles pedem tudo e não pagam nada. Não quis", diz o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, em entrevista ao UOL Esporte. 

Já a Toca da Raposa, que recebeu a seleção na preparação para as Copas de 1982 e 86, teve pedido de credenciamento feito pelo Cruzeiro, mas não foi incluído na lista da Fifa. Segundo o clube, houve visita de técnicos da Fifa ao local, mas a entidade não explicou o porquê do CT ter ficado fora da lista. 

Para o Mundial, entretanto, as instalações do Cruzeiro estão entre os campos de treinamento pré-selecionados. O Cruzeiro disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que tem recebido visitas de delegações estrangeiras. Itália, Japão e Austrália já consultaram o clube.

O coordenador técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira, elogiou Sesc Venda Nova, que foi reformado ultimamente, e recebeu o treino da equipe na segunda. Ele admitiu, porém, que o Brasil sofreu com hotéis onde os jogadores precisam ficar isolados a fim de evitar assédio de hóspedes, fãs e jornalistas.

Em Belo Horizonte, a equipe ficou no Ouro Minas. Diferentemente de outros hotéis escolhidos durante a Copa das Confederações, o lobby foi aberto para visitantes e imprensa.