Valcke vê falha em 20% da C. Confederações e diz que protesto não ajuda

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Secretário-geral da Fifa também cobrou estruturas temporárias do Mundial para março de 2014

    Secretário-geral da Fifa também cobrou estruturas temporárias do Mundial para março de 2014

Um dia antes do início das semifinais da Copa das Confederações, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, fez uma avaliação da organização do torneio. Em entrevista ao canal SporTV, ele admitiu que 20% da competição não ocorreu como a entidade máxima do futebol esperava. Mesmo assim, afirmou que nenhum contratempo comprometeu o evento.

"Tivemos alguns problemas com a retirada de ingressos, com as acomodações, problemas com água em alguns estádios, mas nada anormal para um evento-teste", afirmou, lembrando que a Copa das Confederações serve também para a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. "Claro que isso não poderá acontecer no Mundial."

Justamente para evitar falhas durante a Copa, Valcke revelou uma nova data-limite para a organização do torneio. O secretário-geral da Fifa já havia informado que os 12 estádios devem estar prontos em dezembro deste ano. Nesta noite, disse também que as estruturas temporárias (tendas, barracões e outras coisas instaladas no entorno das arenas) precisam estar de pé até março de 2014.

De volta à Copa das Confederações, Valcke comentou os protestos realizados no país durante o torneio. Reiterou que a Fifa apoia as manifestações da população nas ruas, desde que sejam pacíficas. Ressaltou, porém, que elas não ajudam a organização de qualquer evento. "Não é essa imagem que você quer passar, mas é um direito. É a liberdade de expressão", afirmou.

Ainda sobre os protestos e os incidentes envolvendo funcionários da Fifa –um ônibus e um hotel em que estavam membros da entidade chegaram a ser atacados em Salvador--, Valcke disse que jamais temeu pela sua segurança no Brasil. Sem fazer qualquer ameaça à realização da Copa do Mundo, ele fez uma destacou a importância da segurança para o torneio: "se há algo que pode tirar uma Copa de um país é a segurança", afirmou.

Valcke também disse que não há motivos para protestar contra a Fifa no Brasil. Desconsiderando as isenções fiscais obtidas pela entidade no Brasil, Valcke afirmou que a Fifa não recebeu nenhum dinheiro público para trazer a Copa para cá. Afirmou ainda que a realização da Copa no país será um catalisador para o desenvolvimento nacional.

Na entrevista, ele chegou a admitir que alguns estádios brasileiros "custaram muito dinheiro". Rebateu, porém, as teorias de que esse custo vai acabar elitizando o futebol brasileiro. "Isso é uma bobagem. Estádios são estádios, não são só para VIPs."

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O SECRETÁRIO-GERAL DA FIFA

  • Júlio César Guimarães/UOL

    No estágio inicial dos preparativos, a maior preocupação da Fifa em relação à Copa-2014 era o andamento das obras dos estádios, que ainda são um ponto de atenção. Depois, a dor de cabeça foi a aprovação da Lei Geral da Copa. Mais tarde, a relação entre o governo brasileiro, a Fifa e o COL (Comitê Organizador Local) tornou-se o empecilho para a organização. Agora, a principal questão é o sistema de venda de ingressos do Mundial, como fica claro em entrevista do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ao UOL Esporte.

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