O forte esquema de segurança montado pela polícia de Salvador, aliado ao baixo comparecimento de interessados, fez com que as duas principais manifestações de protesto marcadas para a cidade neste sábado desistissem de tomar o rumo da Fonte Nova. A pouco mais de uma hora do início de Brasil e Itália, apenas 600 pessoas estavam no ponto de encontro no Campo Grande, e a ideia de caminhar até o estádio foi descartada.

"Em nenhum momento queremos confronto com a polícia, tanto que decidimos fazer um percurso diferente. Vamos até o centro, fazer o Passe Livre [abertura das catracas dos ônibus]. A Fifa estabelece a área, ela que manda. De maneira nenhuma conseguiríamos enfrentar a polícia de mãos vazias", disse Bruno Oliveira, um dos manifestantes que chegaram a negociar com a polícia no local. 

Os oficiais queriam saber, de antemão, o itinerário da marcha. Os próprios protestantes, porém, estavam em dúvida a respeito. O número de pessoas envolvidas foi bem menor que aqueles registrados em outras movimentações em jogos da Copa das Confederações e mesmo que nos protestos que na quinta-feira causaram pânico em Salvador. Na ocasião, estima-se que pelo menos 40 mil pessoas estavam nas ruas.

Você sabe tudo sobre seleção brasileira? Faça o teste

De quebra, os manifestantes foram ainda avisados informalmente pelo policiamento no local que o todo o efetivo da corporação local tinha sido colocado nas ruas para bloquear os acessos à Fonte Nova. Os próprios manifestantes, porém, já tinham começado o dia hesitando.

Como informou o UOL Esporte, o Comitê Popular de Salvador, um dos grupos organizadores do protesto, tinha ficado assustado com o radicalismo que infiltrou as manifestações de quinta-feira e já havia praticamente descartado tentar ir até o estádio.

Representantes do Movimento Passe Livre em Salvador, que também participaram dos protestos, avaliavam a possibilidade de aproveitar a concentração da segurança no entorno da Fonte Nova para tentar marchar pela área nobre em torno do Shopping Iguatemi, que ontem tinha grande circulação de pessoas e turistas. 

No fim, segundo fontes ouvidas pela reportagem, o grupo se dividiu em dois. Um deles, o maior, avançou até a região do shopping Iguatemi, enquanto outro ficou nas cercanias da praça da Sé.