O sorteio da Fifa no último mês de dezembro estabeleceu que o estádio do Mineirão receberia o duelo entre Taiti e Nigéria (vitória dos nigerianos por 6 a 1) nesta segunda-feira, no Mineirão, na rodada de estreia da Copa das Confederações. E mesmo sem o Brasil e as "gigantes" seleções do torneio, a torcida mineira arranjou motivos para se divertir e torcer nesta tarde.

Diante de uma seleção formada quase que em sua totalidade por amadores e sem qualquer pretensão na competição, o público presente às arquibancadas do Mineirão abraçou o Taiti como se torcesse para Atlético-MG, Cruzeiro ou América-MG.

Já na entrada em campo para o aquecimento, os taitianos ficaram encantados com os aplausos. No início da partida, bastava um jogador de vermelho tocar na bola para a arquibancada ir ao delírio. A empolgação era tanta que até quando os nigerianos chutavam uma bola para fora, e cediam o lateral ao adversário, os torcedores vibravam. E todos, é claro, não deixaram de vaiar cada um dos seis gols da Nigéria.

E o auge da tarde histórica para a seleção do Taiti se deu aos nove minutos do segundo tempo, quando Jonathan Tehau escorou de cabeça para o fundo das redes. Enlouquecida, a torcida presente ao Mineirão transformou um simples gol do jogo de pior público da Copa das Confederações em um tento marcado na final de uma Copa do Mundo.

"É como se fosse gol do Galo. É tipo final de Copa do Mundo. É muita emoção. Os caras não têm nada, nem profissionais são e conseguiram isso. Temos que apoiar. Essa seleção nos conquistou. É muito carisma, muita humildade. Merecem esse sonho", disse o atleticano Rafael Cavalcante, de 29 anos.

Aos gritos de "Ih, é Taiti", "E ô, e ô, Taiti é o terror" e "Ih, vamos virar Taiti", a torcida parecia realmente acreditar em uma vitória dos representantes do futebol amador em um torneio marcado por gastos exorbitantes e arenas de primeiro mundo.

No fim, mesmo com a deficiência técnica, o amadorismo e a derrota no placar - 6 a 1 para a Nigéria, "venceu" o Taiti. Emocionados, como já havia ocorrido durante o hino nacional, os jogadores da seleção do arquipélago da Oceania deixaram o gramado do Mineirão ovacionados.

Foi o reconhecimento de todo um trabalho. Ou lazer, como revelaram alguns jogadores que priorizam suas profissões a simples diversão de jogar futebol. Fato é que o time do técnico Eddy Etaeta garantiu a diversão de todos os presentes no Mineirão em uma simples tarde de segunda-feira.