Megaoperação policial para seleção fecha avenida e causa trânsito
Gustavo Franceschini, Luiz Paulo Montes e Ricardo Perrone
Do UOL, em Porto Alegre
O primeiro treino da seleção brasileira em Porto Alegre teve um esquema de segurança especial que colocou duas lanchas, um helicóptero e 180 policiais. O resultado foi uma grande avenida fechada e um trânsito incômodo, mas ao menos algum controle sob a multidão de fãs que tentaram acompanhar o trabalho de Neymar e companhia no CT do Inter.
O incômodo ficou registrado na orla do rio Guaíba, na zona sul da cidade, onde está localizado o Parque do Gigante, CT do clube colorado. Para garantir a ordem nas cercanias do local, a Brigada Militar de Porto Alegre fechou a avenida Edvaldo Pereira da altura da Rótula das Cuias até a altura da sede do Inter.
O trecho tem 2,5 km e serve de ligação entre o centro e a zona sul. Por ali só passavam, de carro, veículos credenciados ou táxis que levassem alguém igualmente autorizado. A EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) explicou ao UOL Esporte que adotou a medida para impedir que motoristas parassem para tirar fotos, gerando risco de acidentes ou brigas entre motoristas mais exaltados.
Por conta disso, o porto-alegrense teve de fazer o deslocamento pelo bairro, as avenidas Borges de Medeiros e Padre Cacique, que ficaram sobrecarregadas. A EPTC confirmou que houve congestionamento, mas não soube informar quantos quilômetros ficaram parados.
Mesmo assim, uma multidão de cerca de mil pessoas, segundo a Brigada Militar, foi a pé até o CT do Inter ver o treino da seleção. Embora tenha sido fechado ao público, o trabalho aconteceu em um campo abaixo do nível da avenida Edvaldo Pereira. Da rua, as pessoas conseguiam ver relativamente bem a atividade que envolveu Neymar e companhia.
Para impedir uma eventual invasão, já que o local não é separado por nenhum tipo de grade, a Brigada fez uma espécie de cordão de isolamento. Como não há arquibancadas e o CT está em obras, a polícia avaliou que havia risco de invasões de fãs ao gramado.
“A vulnerabilidade do local fez com que fosse planejada uma ação desse porte. Nosso objetivo é dar tranquilidade para a seleção trabalhar e também para os torcedores”, afirmou o coronel João Diniz Godoi, comandante de policiamento da capital.
O efetivo impressionou quem acompanhou a ação. Os 180 policiais deslocados para a ação representam cerca de 30% do efetivo que será usado no domingo, quando o Brasil enfrentar a França em um amistoso na Arena do Grêmio, com mais de 60 mil pessoas nas arquibancadas. Um helicóptero patrulhou o espaço aéreo do CT durante todo o treino de Luiz Felipe Scolari, assim como as duas lanchas da Brigada Militar.
Segundo o coronel Godoi, os botes eram necessários para evitar que, saltando de embarcações, torcedores tentassem chegar a nado ao local do treinamento. A França, que praticamente na mesma hora também treinou na cidade, dispensou muito menos atenção. Ainda segundo Godoi, foram destacados 60 policiais que acompanharam o trabalho da seleção no Olímpico, antigo estádio do Grêmio.
Consultada pela reportagem, a CBF informou que não solicitou todo o aparato, uma opção da Brigada Militar da cidade. Em Goiânia, cidade em que a seleção esteve até a manhã desta sexta, a equipe usou, de fato, uma equipe de segurança bem menos ostensiva.