Valcke recua após críticas e garante São Paulo na Copa de 2014
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, fugiu de polêmicas nesta quarta-feira e garantiu São Paulo como sede da Copa do Mundo de 2014. Após cobrar a conclusão do Itaquerão até dezembro deste ano e fazer uma ameaça velada de retirar a capital paulista da lista de sedes do Mundial, Valcke disse que vai se reunir com os envolvidos na construção do estádio do Corinthians para que todos os problemas sejam resolvidos e São Paulo receba a abertura da Copa.
"Não haverá Copa do Mundo no Brasil sem São Paulo", afirmou Valcke, em entrevista coletiva concedida após visitar o Maracabã, no Rio de Janeiro. "Vamos ter uma reunião dentro em muito breve com as três ou quatro partes envolvidas no Itaquerão. Nessa reunião, iremos resolver os problemas e trabalhar para que o estádio esteja pronto em dezembro."
Na terça-feira, o Corinthians publicou uma nota oficial afirmando que tem até fevereiro de 2014 para entregar o Itaquerão para a Copa do Mundo de 2014, dois meses após o prazo oficial estipulado pela Fifa.
Na entrevista coletiva, Valcke foi questionado quatro vezes sobre esse prazo para as obras no Itaquerão. Evitou falar do estádio. Pediu que as atenções estivessem focadas na Copa das Confederações e no Rio de Janeiro, mesmo assim não escapou das perguntas.
O secretário-geral da Fifa chegou até a demonstrar certa impaciência com os questionamentos. O ex-jogador Ronaldo, que o acompanhava, interveio. "Se alguém não entendeu a reposta, ponha o fone de ouvido, por favor", disse Ronaldo a jornalistas.
Polêmica
O Itaquerão virou centro de uma polêmica após o UOL Esporte revelar no último dia 6 que o estádio só estará pronto para a Copa do Mundo dois meses após o prazo dado pela Fifa para a entrega das arenas do torneio. A entidade máxima do futebol quer os estádios do Mundial concluídos em dezembro deste ano. A arena do Corinthians só deverá ficar pronta no final de fevereiro.
A informação foi passada pelo do engenheiro-chefe da obra, Frederico Barbosa, funcionário da Odebrecht. Segundo ele, apesar do cronograma apertado, a construtora irá cumprir sua obrigação contratual de entregar a arena com 48 mil lugares disponíveis até o dia 31 de dezembro, data-limite imposta pela Fifa para a conclusão das arenas da Copa. Os lugares provisórios que serão instalados no estádio, só ficariam prontos depois.
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"O Corinthians decidiu aderir ao "toma lá, dá cá" com a Fifa. Depois de Jérôme Valcke criticar o atraso nas obras de estádios, a diretoria alvinegra soltou um comunicado dando um basta nas insinuações do secretário geral da Fifa (leia aqui). O roteiro não é nenhuma novidade para quem acompanha as quedas de braço entre país anfitrião e dono do evento desde, pelo menos, 2006."
Na terça-feira, Valcke se pronunciou sobre o assunto. Cobrou publicamente a entrega do estádio em dezembro. "Eles (Corinthians e Odebrecht) vão ter que acelerar", afirmou o secretário-geral da Fifa. "Isso não é uma ameaça. Mas nós podemos mudar tudo até 1º de agosto, quando começam as vendas de ingressos."
A declaração não foi bem recebida pelo Corinthians, que emitiu uma nota oficial dizendo que não aceitaria "pressão" pela entrega do estádio. Segundo o clube, o prazo de fevereiro havia sido tratado com o próprio secretário-geral da Fifa e será cumprido. "Gera estranheza ao clube a posição colocada nesta terça-feira pelo Sr. Jérôme Valcke, sendo que ele mesmo deu o prazo até dezembro de 2013 para conclusão dos estádios. No caso do Corinthians, esse prazo foi estendido pelo próprio Valcke para fevereiro de 2014", informou o Corinthians, em nota oficial.
Horas depois do Corinthians se pronunciar foi a vez da Fifa emitir um comunicado à imprensa. Na nota, entidade admitiu a possibilidade de rediscutir o prazo de entrega do estádio. "A Fifa está ciente do comunicado divulgado pelo Corinthians", informou a entidade, após questionada pelo UOL Esporte. "Serão realizadas reuniões entre a Fifa, o COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo da FIFA 2014) e o clube para abordar as questões mencionadas e discutir soluções."
Obras no Itaquerão
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