Itaquerão só ficará pronto para Copa dois meses após prazo final da Fifa
Vinícius Segalla*
Do UOL, em São Paulo
O Itaquerão, estádio que está sendo construído na zona Leste de São Paulo para ser o palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, só estará pronto para receber o evento a partir de março de 2014, pelo menos dois meses após o prazo final dado pela Fifa, que organiza o Mundial, para a conclusão de todas as arenas que serão utilizadas na competição.
A informação é do engenheiro-chefe da obra, Frederico Barbosa, funcionário da empreiteira Odebrecht, responsável pela construção estádio. Segundo ele, apesar do cronograma apertado, a construtora irá cumprir sua obrigação contratual de entregar a arena com 48 mil lugares disponíveis até o dia 31 de dezembro deste ano, data-limite imposta pela Fifa para a conclusão das arenas da Copa.
Ocorre que, para receber o jogo inaugural do torneio de 2014, o estádio, de propriedade do Corinthians, terá que receber estruturas de arquibancadas provisórias que aumentarão sua capacidade de público em 20 mil lugares, já que a Fifa determina que o palco de abertura da Copa seja capaz de receber, no mínimo, 65 mil torcedores.
Segundo o engenheiro Frederico Barbosa, a montagem desse equipamento só poderá ter início após a conclusão da obra principal, marcada para 31 de dezembro deste ano. "Nos temos que fazer a ligação entre as duas estruturas de cobertura (que ficarão acima do local onde serão montadas as arquibancadas provisórias, atrás dos dois gols do estádio), e isso impede que se inicie a obra das arquibancadas provisórias. Podemos até tentar fazer um esforço para tentar antecipar esse início, mas a finalização terá que ser feita depois", explica o engenheiro-chefe da obra do Itaquerão.
Ainda segundo Barbosa, mesmo que seja possível adiantar alguma parte do trabalho, não é esperado que o estádio esteja pronto para receber a Copa antes de março de 2014. "Eles falam que em dois ou três meses fazem a arquibancada".
Por "eles", o engenheiro quer dizer os responsáveis pela obra. A construção dessas estruturas não são de responsabilidade do Corinthians nem da Odebrecht. Quem é responsável pela obra e irá contratar uma construtora é o Governo do Estado de São Paulo, que, em julho de 2011, se comprometeu a viabilizar a empreitada, com a justificativa de que se trata de obra de interesse público, já que seria necessária para que a cidade de São Paulo possa receber a abertura da Copa.
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Até agora, o governo paulista ainda não anunciou qual será a empresa que ficará a cargo dos trabalhos, quanto irá custar a obra ou qual é a data prevista oficialmente para a conclusão da montagem das arquibancadas. Apesar disso, Frederico Barbosa afirma que já houve visitas ao canteiro do Itaquerão de seis empresas que supostamente irão tomar parte na construção das estruturas provisórias.
"Não sabemos qual a empresa que vai executar a obra, mas já estão fazendo visitas aqui (no Itaquerão), já vieram várias vezes estudar a forma de construção. São várias empresas, seis empresas vieram aqui pegar dados técnicos. Não sei qual empresa será a responsável pela obra. Está para ser definido. Nos próximos meses, vai chegar esta empresa, vai sentar aqui conosco, para saber onde vai depositar essas peças e como vai executar o trabalho", finalizou o chefe da obra do Itaquerão, em entrevista gravada concedida ao UOL Esporte no última dia 3 de maio.
Enquanto isso, a Fifa reitera que trabalha com o dia 31 de dezembro deste ano como prazo final para a conclusão de todos os estádios da Copa do Mundo de 2014. No último dia 3 de maio, em sua coluna mensal no site da entidade, Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, foi taxativo: "Repito novamente: a finalização das sedes do Mundial tem um prazo estrito, que é dezembro de 2013".
O prazo não assusta o Corinthians. Como a construção das arquibancadas provisórias do Itaquerão é uma obra que será realizada unicamente para viabilizar a utilização do estádio na Copa do Mundo, o clube entende que não é sua responsabilidade construir a estrutura ou estabelecer prazos para a sua finalização. Por isso, a diretoria alvinegra segue contando com a parte que lhe cabe do estádio, que são os 48 mil lugares que ficarão para serem explorados pelo próprio Corinthians no futuro.
* Colaborou Gustavo Franceschini, do UOL, em São Paulo
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