Marin tem refúgio de luxo em Londres e só aparece no jogo da seleção
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Fernando Duarte e Paulo Passos

Do UOL, em Londres

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    Fachada do hotel em que José Maria Marin está hospedado em Londres

    Fachada do hotel em que José Maria Marin está hospedado em Londres

Há um ano à frente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin ficou marcado por não evitar um holofote. Diferentemente do seu sucessor, Ricardo Teixeira, o novo presidente aparece em eventos públicos e dá entrevistas. O estilo, porém, sofreu algumas mudanças depois da campanha organizada pelo filho do jornalista Vladimir Herzog para a sua saída da entidade e, principalmente, após a divulgação de áudios que o comprometem.

Marin optou por não aparecer onde a seleção brasileira está hospedada em Londres. Na capital inglesa desde sexta-feira, o cartola está em outro hotel, no Dorchester, um dos mais luxuosos do mundo. O local é escolhido por artistas, celebridades e chefes de estado.

Michael Jackson e o ex-presidente Lula já se hospedaram no hotel. A diária de uma suíte pode custar até R$ 28,5 mil.

Desde que assumiu a CBF, o cartola não se hospeda no hotel onde está a delegação da seleção brasileira. Em todas as viagens, entretanto, ele foi ao hotel. Em fevereiro, na estreia de Felipão, Marin chegou a ir as entrevistas coletivas de Felipão e os jogadores.

Nesta segunda-feira, o dirigente só será visto no jogo contra a Rússia, em Stamford Brigde.

Na última quinta-feira, antes do jogo contra a Itália, Marin, se negou a comentar a repercussão do caso, em entrevista à ESPN. Um vídeo de autoria desconhecida, publicado no Youtube e reproduzido no blog do Juca Kfouri no UOL Esporte, traz uma gravação supostamente de Marin na qual ele dá a entender que tem conhecimento de negociatas envolvendo o seu vice e principal aliado, Marco Polo Del Nero, que também ocupa a presidência da FPF (Federação Paulista de Futebol).

"Não vi e não posso falar. Minha preocupação é diferente e muito maior, que é a seleção. Não tive tempo e não tenho interesse de tratar outro assunto que não seja a seleção brasileira", disse Marin em entrevista ao site do canal ESPN Brasil.

No vídeo, uma voz que parece ser a de Marin conversa com interlocutores não identificados sobre um recado que daria aos irmãos Balsinelli, donos da BWA, que estariam usando indevidamente o nome dele e de del Nero da CBF, o que dá a entender que o presidente da CBF tem conhecimento de negociatas feitas pelos empresários.

O pedido do filho do jornalista Vladimir Herzog leva em conta a ligação de José Maria Marin com os militares durante a Ditadura, incluindo a morte de Herzog.

O deputado federal Romário quer que o dirigente explique seu envolvimento com a ditadura brasileira (período em que o Brasil foi governado por militares, de 1964 a 1985), e com a morte do jornalista, assassinado enquanto estava preso, em 1975. O ex-atacante quer que Marin seja convidado para uma audiência pública no Congresso sobre o assunto.

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José Maria Marin, presidente da CBF200 fotos

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11.jun.2015 - Documento mostra que José Maria Marin era presidente da Swanfield Ltd., empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, que comprou em 1989 um apartamento na Trump Tower. Brasileiro nunca declarou imóvel ao Banco Central. Imagem: Reprodução

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