A Câmara Municipal de Curitiba aprovou na tarde desta sexta-feira o projeto de lei municipal que aumenta em mais R$ 33 milhões o valor do incentivo a ser concedido ao Atlético-PR para as obras da Arena da Baixada, estádio paranaense que receberá quatro jogos da Copa do Mundo de 2014.

A lei 13.620 de 2010 permitia que o clube usasse R$ 90 milhões em bônus de potencial construtivo – crédito virtual concedido pela prefeitura para se construir imóveis de tamanho acima do estabelecido pela legislação municipal. Mas o prefeito propôs a mudança na legislação para que o valor aumente para R$ 123.666.666,67.

Depois que o Tribunal de Contas do Estado concluiu que o potencial construtivo é recurso público e não privado, alguns vereadores questionaram seu uso no estádio privado, de propriedade do Atlético Paranaense. Mas dos 31 legisladores que votaram, 24 foram a favor e sete contra.

Foram aprovadas também emendas que pedem maior transparência nas obras da reforma do estádio, uma compensação "proporcional" à cidade pelo aporte financeiro e que as empresas beneficiadas pelo potencial construtivo financiem projetos sociais.

O uso do potencial construtivo na engenharia financeira da obra foi criticado pelo Coritiba F.C. – rival do Atlético PR -  por meio de nota emitida na quinta-feira, na qual classifica de "ilegal" e "imoral" o uso do recurso. No entanto, o presidente do Atlético PR, Mario Celso Petraglia, afirma entender que o potencial construtivo não é um recurso público.

Em outubro, veio à tona outro escândalo envolvendo a reforma. À época, o então diretor jurídico do Atlético, Cid Campelo, denunciou o presidente por ter contratado a empresa do próprio filho para ceder as cadeiras do estádio, a custo superior ao da concorrência. Petraglia se defendeu dizendo que a decisão foi tomada por uma empresa privada, primando pela qualidade do material.