Trabalhadores mantêm paralisação na Arena de Natal, o estádio mais atrasado da Copa
Rodrigo Durão Coelho
Do UOL, em São Paulo
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Ministério do Esporte/Portal da Copa
Obra da Arena das Dunas, em Natal, ainda não tomou forma de estádio
Paralisados desde o dia anterior, os trabalhadores da Arena das Dunas em Natal (RN) decidiram em assembleia nesta quinta-feira manter a interrupção durante o final de semana. Uma nova reunião dos operários deve acontecer na segunda-feira para decidir os rumos da paralisação.
Neste mês de dissídio da categoria, os cerca de 1,2 mil trabalhadores querem reajuste de 25% sobre o piso de R$ 810. O Consórcio Arena das Dunas oferece 3,5% de aumento. Outra reivindicação é aumento no valor do vale alimentação, atualmente em torno de R$ 110 mensais, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Construção do Rio Grande do Norte, o Sintracon.
Obras na Arena das Dunas
O gerente de marketing da Arena das Dunas, Arthur Couto, disse que a paralisação de quinta-feira "pegou a todos de surpresa, já que não nos foi comunicada". Ele disse que as negociações entre o sindicato patronal e o dos trabalhadores prosseguem para a resolução do valor do dissídio e outros benefícios.
Esta foi a terceira paralisação da Arena das Dunas desde o início das obras. Em abril, ela ocorreu após a demissão de 12 funcionários e durou dez dias, chegando a interromper o trânsito do local.
O estádio é o mais atrasado entre as 12 sedes da Copa 2014. Segundo Couto, a obra está 40,7% completa. O Beira-Rio,o segundo estádio mais atrasado, finalizou 44,9% de sua reforma em outubro.
Couto, entretanto, minimizou o efeito da paralisação e disse que "o prazo de entrega da Arena das Dunas, de 31 de dezembro de 2013, será mantido. Estamos 6% a frente do cronograma da Fifa".
Último estádio a iniciar as obras, o andamento dos trabalhos na Arena chegou a ser criticado pelo secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, em janeiro. "Temos um estádio que estará sob monitoramento da Fifa, que é o de Natal. Ele está muito atrasado com as obras. Realizaremos monitoramento constante para ver se o ritmo das obras volta ao normal."
Mas seis meses depois, durante visita à capital do Rio Grande do Norte, Valcke mudou o discurso e elogiou o andamento das obras.