Criadora lamenta ataques a mascote da Copa e diz que o tatu-bola ainda será completamente aceito

Rodrigo Durão Coelho

Do UOL, em São Paulo

  • Simon Plestenjak/Folhapress

    Renata Melman e sua equipe guardaram segredo sobre o Mascote por nove meses

    Renata Melman e sua equipe guardaram segredo sobre o Mascote por nove meses

A diretora da agência que criou o mascote da Copa do Mundo de 2014, Renata Melman, lamentou os recentes ataques contra o boneco inflável do tatu-bola ocorridos em Porto Alegre, Brasília e São Paulo. Ela disse acreditar que o símbolo, ainda sem nome, cairá totalmente no gosto popular.

"Quando se faz um projeto sempre há a expectativa de como será sua recepção. E ele foi muito bem aceito em vários locais, as crianças se encantam. É uma pena que esteja sendo atacado, mas tenho certeza que isso será superado", disse.

Em vídeos publicados na internet há mensagens justificando o vandalismo como atos políticos contra injustiças que estariam sendo cometidas na preparação para o Mundial.

MASCOTE DA COPA DO MUNDO É ATACADO EM SÃO PAULO

Renata diz acreditar que os ataques não são direcionados à imagem criada, mas "poderia ser uma escultura ou uma lona qualquer de evento", afirmou. "Como 'mãe' do projeto, me deu uma certa tristeza no primeiro momento, mas tenho certeza de que os ataques não têm nada a ver com o Mascote", completou.

Ela acha que o mascote será amplamente aceito, já que "existe um tempo necessário para as pessoas se acostumarem à sua presença, criar empatia. Tenho certeza que a Fifa sabe como criar e aprofundar esses vínculos".

O mascote foi criado pela agência paulistana 100% Design. Toda a equipe de criação, formada por 20 pessoas, precisou assinar um documento de confidencialidade para evitar que detalhes do projeto vazassem para a imprensa.

A proposta foi submetida à concorrência internacional em junho de 2011 e aprovada no final daquele ano. "Os nove meses em que não pudemos falar para todos que havíamos sido os escolhidos foram como uma gestação. Mas todos foram muito profissionais e a notícia não vazou", afirmou a diretora.

Renata ressalta como motivos para acreditar na popularização do Mascote suas características positivas. O olhar, por exemplo, foi fruto de pesquisa exaustiva para realçar certas nuanças de personalidade e " transmitir, pelo traço, características bem brasileiras, como a ousadia, confiança e simpatia", explica.

Desde 24 de setembro, dez bonecos infláveis de sete metros de altura do Mascote vinham sendo exibidos, tanto em locais públicos como privados, nas cidades sede da Copa. Apenas Manaus e Natal não contaram com exemplares, por falta de acerto entre a Coca-Cola, seus fabricantes locais e as prefeituras destas cidades.  O UOL Esporte apurou que a Coca-Cola, responsável pelo mascote, pretende passar a exibi-los apenas em locais privados, para evitar novos ataques.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Fifa disse que "é uma pena que um símbolo da Copa do Mundo da Fifa se tornou o foco do que parece ser um caso isolado de vandalismo".

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