Brasil convence, goleia o Japão e dá força para quarteto ofensivo montado por Mano

Fernando Duarte

Do UOL, em Wroclaw (Polônia)

  • AP Photo/Alik Keplicz

    Neymar comemora um de seus gols ao lado de Kaká, com quem formou boa dupla contra o Japão

    Neymar comemora um de seus gols ao lado de Kaká, com quem formou boa dupla contra o Japão

O Brasil fez 4 a 0 no Japão e conseguiu a terceira goleada seguida em um amistoso com o time completo. Mais que isso, a seleção convenceu diante de um rival mais qualificado que o Iraque e deu força para o novo esquema de Mano Menezes, agora com Kaká, Oscar, Neymar e Hulk no comando de ataque.

A vitória no amistoso realizado na Polônia dá um certo alívio para o treinador, muito pressionado nos últimos tempos pelas más atuações da seleção. Ao convocar Kaká, ele parece ter encontrado uma forma de adicionar talento ao meio-campo dando, de quebra, a chance de Neymar jogar mais tranquilo, sem a pressão de ser a estrela do time.

Na semana passada, o quarteto já havia se destacado na goleada por 6 a 0 sobre o Iraque. Na ocasião, a fragilidade dos rivais tornou difícil a análise, mas o jogo contra o Japão parece reforçar a sensação inicial de evolução.

O time asiático hoje tem jogadores em diversos clubes europeus. Kagawa e Nagatomo, por exemplo, defendem Manchester United e Inter de Milão, respectivamente. A seleção, por si só, também se destaca. No último fim de semana, a equipe bateu a França em Paris por 1 a 0, dando mostras de que poderia ser um rival perigoso para a seleção.

Neymar, Kaká e companhia, no entanto, afastaram a hipótese. Com bastante movimentação, o quarteto deu trabalho à defesa japonesa, exceção feita a Oscar, não tão participativo quanto em jogos anteriores. Por vezes, a mistura ainda teve Paulinho e Ramires, que formaram a dupla de volantes. Coube ao corintiano, aliás, abrir o placar aos 11 minutos, em um bonito chute de fora da área com o pé direito.

O segundo sairia em um pênalti duvidoso. Aos 20 minutos, Kaká recebeu de Adriano na área, e viu a bola parar no zagueiro, que fez um corte pelo chão. O árbitro viu toque de mão no lance, marcou pênalti e Neymar converteu.

Com a vantagem, o ataque sentiu-se ainda mais confortável para criar e levar perigo ao Japão. No segundo tempo, Neymar foi às redes de novo. Logo aos 2 minutos, ele tentou um chute de fora da área e conseguiu o escanteio. Depois da cobrança, dominou no peito e bateu errado, mas viu a bola bater em um zagueiro e morrer mansinha no fundo do gol. Kaká fechou a conta aos 30 minutos ao receber no contra-ataque, driblar o zagueiro e bater no canto do goleiro rival com categoria para fechar a maior goleada da história do confronto (a maior até então havia sido o 4 a 1 na Copa de 2006).

E a diferença poderia ter sido ainda maior. O Brasil teve duas bolas na trave com Kaká e Hulk, um gol mal anulado de Ramires e um lance em que Paulinho driblou o goleiro e jogou para fora. Tudo seria perfeito para Mano Menezes não fosse a atuação claudicante da defesa.

Na comparação com o setor ofensivo, a defesa reagiu de forma diferente ao Japão. Com Adriano e Leandro Castán improvisados nas laterais e os ofensivos Paulinho e Ramires de volantes, o Brasil deu espaços ao Japão.

Em momentos de pressão, a zaga sentiu a falta de entrosamento e se mostrou um pouco indecisa. Honda e Kagawa, os principais homens ofensivos dos asiáticos, assustaram a defesa do Brasil. Não por acaso, Diego Alves foi obrigado a fazer duas defesas importantes só no primeiro tempo e viu os dois japoneses chegarem perto do gol em momentos diferentes na etapa final.

Agora, o Brasil ganha força para os próximos compromissos. Em novembro, a seleção se reúne com todos os jogadores disponíveis para o amistoso contra a Colômbia, em Nova Jersey, nos EUA. Em 21 do mesmo mês, encara a Argentina na Bombonera, em Buenos Aires, na revanche do Superclássico das Américas, desta vez só com atletas que atuam no país. 

BRASIL 4 X 0 JAPÃO
Data: 16/10/2012
Local: Wroclaw (Polônia)
Brasil: Diego Alves; Adriano, Thiago Silva, David Luiz, Leandro Castán; Ramires (Sandro), Paulinho, Oscar (Thiago Neves), Kaká (Lucas); Neymar (Leandro Damião), Hulk (Giuliano)
Japão: Kawasaka, Nagatomo, Uchida (Sakai), Konno e Yoshida (Miyaichi); Honda, Endo, Nakamura (Inui)
e Hasebe (Hosogai); Kiyotake (Kurihara) e Kagawa
Gols: Paulinho (11? do 1ºT), Neymar (aos 24? do 1ºT e aos 2? do 2ºT) e Kaká (aos 30? do 2ºT)
Cartões: Ramires, David Luiz

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