"Monstro" criado no Japão, Hulk atesta evolução asiática dos rivais da seleção
Fernando Duarte
Do UOL, em Wroclaw (Polônia)
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MOWA PRESS
Atacante Hulk em treino da seleção brasileira; jogador viveu de perto a evolução japonesa quando atuou lá
A evolução do futebol japonês pode ser confirmada por números recente da seleção ou a quantidade de jogadores do país na Europa, mas outra fonte importante é a visão de quem os enfrenta no campo. E o atacante Hulk, que iniciou sua carreira internacional no Campeonato Japonês, foi um espectador privilegiado deste processo.
"Conheço muitos ou quase todos os jogadores dessa seleção. Joguei contra o Nakamura, por exemplo. Todos podem nos causar problemas. A seleção do Japão é muito boa", explicou o jogador, hoje no Zenit de São Petersburgo (Rússia).
Entre 2005 e 2008, Hulk defendeu três times do Japão (Kawasaki Frontale, Consadole Sapporo e Tokyo Verdy, este da Segunda Divisão) antes de ser contratado pelo Porto. Paralelamente, mais jogadores japoneses foram ganhando o mercado europeu. O maior exemplo é o atacante Shinji Kagawa, que se tornou ídolo na Alemanha pelo Borússia Dortmund e na atual temporada veste a camisa do Manchester United, da Inglaterra.
"Eles [os japoneses] melhoraram muito com essa quantidade de jogadores que têm na Europa. Antes, o o jogo do Japão era mais correria, mas estão bem mais maduros. A seleção vem evoluindo a cada ano e jogadores como o Kagawa assumem o jogo", explicou Hulk.
A melhora do Japão só ainda não foi vista no misterioso ranking da Fifa: os ''Samurais Azuis'' hoje estão em 23º lugar, caindo 12 posições desde abril do ano passado. Já estiveram em nono em fevereiro de 1998, justamente num período em que, apesar da classificação para o Mundial de 1998, tinham perdido a hegemonia asiática, sem ficar sequer entre os quatro semifinalistas da Copa da Ásia.