Amistoso de Suécia x Brasil em velho estádio deixa ingressos para 'contorcionistas' sobrando
Fernando Duarte
Em Estocolmo (Suécia)
Uma situação pouco comum em partidas da seleção brasileira ocorrerá no amistoso desta quarta-feira contra a Suécia: ainda há ingressos sobrando no estádio Rasunda. Mas o que desponta como falta de interesse no último confronto de seleções na arena, que será em breve demolida para dar um lugar a um conjunto de prédios de escritórios e apartamentos, na verdade é uma consequência da idade avançada do Rasunda.
De acordo com a Federação Sueca, apenas algumas dezenas de assentos localizados perto das pilastras não foram vendidos, apesar de oferecidos a um preço relativamente baixo: 300 coroas suecas.
Inaugurado em 1937, 14 anos depois de Wembley e 12 antes do Maracanã, o Rasunda volta e meia figura em galerias de estádios clássicos ao redor do mundo. O local foi sede da final da Copa do Mundo de 1958, quando o Brasil derrotou a Suécia por 5 a 2. Na realidade, o estádio já nasceu como uma ampliação de uma arena anterior, construída em 1910 e que abrigou jogos de futebol e competições de tiro nos Jogos Olímpicos de 1912.
O velho estádio é também conhecido pelo recorde de, ao lado do Rose Bowl, em Pasadena (EUA), ter sido a única arena a abrigar finais de Mundial masculino e feminino (esta, em 1995). Inadequado até para padrões sul-americanos, o Rasunda atualmente tem capacidade para para 36.608 espectadores, reduzida desde os tempos em que Pelé e companhia por lá passaram – o recorde de público é de 52.943 pagantes para um amistoso entre Suécia e a então Alemanha Ocidental, em 1965.
Sua aposentadoria foi anunciada em 2006, mas a nova casa do futebol sueco, também no distrito de Solna, só ficará pronta em novembro, ao custo de 170 milhões de euros. Terá capacidade para 50 mil torcedores e teto retrátil, o que tornará bem mais confortável a vida de quem aparecer para eventos esportivos e shows. A construção, porém, foi marcada por um escândalo de corrupção envolvendo funcionários públicos e mesmo um magnata do ramo da construção civil, Erik Paulsson.
Curiosamente, apesar do Swedbank, o principal banco do país, ter comprado os naming rights, a arena receberá o nome da Friends, ONG que faz ativismo contra o bullying e que é umas entidades de caridade apoiadas pelo banco.