Com direito a "palhinha" errada do hino americano e falhas na segurança, o novo estádio Independência, que agora tem nome oficial de Arena Independência, foi inaugurado com 35 minutos de atraso em relação ao previsto. A solenidade teve a presença de políticos, dirigentes esportivos e alguns 'penetras'. O estádio teve custo de R$ 149 milhões e as obras duraram dois anos.

Assumidamente americano, o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que já foi governador de Minas e senador, fez questão de cantar o hino do clube na cerimônia de entrega da chave simbólica a BWA, vencedora da licitação pública para administrar o estádio por 10 anos. Mas se enrolou com a letra e chegou a repetir algumas partes do hino.

Pessoas sem credencial conseguiram acesso para entrar na área reservada a jornalistas e autoridades e aproveitaram para tirar fotos com alguns ex-jogadores, como o atacante Marques, hoje comentarista de televisão e deputado estadual.

Caso de Adilson Mendes, 48 anos, mecânico, que conseguiu ainda entrar para a área reservada com a camisa do Fluminense, o que segundo a organização era proibido, já que torcedores só poderiam entrar no estádio com a camisa do América-MG. "Conversei com o segurança e pedi para tirar uma foto. Ele deixou e estou aqui aproveitando", argumentou o torcedor

Sobre os atrasos na obra e a instalação tardia do sistema de segurança no estádio, que atrasou a liberação da capacidade pelo Ministério Público Estadual para 23.018 pessoas, só ocorrida na noite desta terça-feira, o governador do Estado, Antonio Augusto Anastasia, disse que não ficou insatisfeito.

"Não, porque a primeira proposta era de uma reforma pequena. Mas tivemos que fazer uma obra com grandes investimentos e reformulações. Estou feliz que o estado vai ter grandes estádios para receber decisões", salientou o governador.

A torcida do América-MG não esqueceu as polêmicas com o cruzeirense Roger, no último clássico, e gritou que a hora do jogador irá "chegar". Além dele, Alessandro também foi saudado. O jogador foi protagonista da polêmica na vitória por 3 a 2 sobre o Cruzeiro, em que teria feito um sinal de que estava tudo decidido, depois de marcar o terceiro gol.

No aquecimento dos jogadores americanos, a torcida também fez questão de gritar o nome do atacante Euller, que se despediu oficialmente na partida contra o Argentinos Juniors, que marcou também a comemoração pelo centenário do clube que acontecerá na próxima segunda-feira, dia 30. O pontapé inicial foi dado pelo ex-atacante Jair Bala, que foi homenageado, com direito a foto oficial com todo os atletas americanos.

Euller, que entrou em campo com seus familiares, destacou os momentos de emoção e alegria. "Está sendo perfeito, agradeço a Deus pela oportunidade. Procurei da melhor forma possível mostrar meu carinho com todos que contribuíram pela minha história, ninguém vence sozinho", ressaltou o 'filho do vento', que defendeu outros grandes clubes brasileiros, como São Paulo, Palmeiras, Vasco e Atlético-MG.

Euller se despede sem gol

Com apoio de 5.998 torcedores, na inauguração do Independência, o América-MG iniciou dando um "susto" na sua torcida, ao sair perdendo, com gol marcado por Balsa, aos 25 minutos. A equipe americana era até melhor, havia criado duas chances, com Euller, que se despediu oficialmente dos gramados e Leandro Ferreira. Porém, a reação apareceu pouco depois, com Alessandro. O centroavante empatou em forte finalização de fora da área e virou aproveitando rebote em cobrança de escanteio.

No segundo tempo, o atacante Euller permaneceu em campo por apenas sete minutos, sendo substituído pelo experiente armador Gilberto, que fez a sua estreia com a camisa do América. Na saída de campo, a torcida americana ovacionou o "filho do vento", que atirou a camisa de jogo para as arquibancadas e tirou foto com torcedores no estádio.