Embaixador do Governo Federal para a Copa do Mundo de 2014, Pelé teve um imprevisto e atrasou em cerca de meia hora a reunião que pode ser decisiva para a organização do evento. O ex-jogador é apenas um dos convidados do encontro, que pode pôr um fim na crise entre o país e a Fifa, representada pelo seu presidente Joseph Blatter.

A reunião está acontecendo no Palácio do Planalto e deve tratar de temas delicados como a demora na aprovação da Lei Geral da Copa e as recentes farpas trocadas entre o Governo Federal e a Fifa. Em sua chegada ao Brasil, Joseph Blatter deixou claro que deve defender seu secretário-geral Jérôme Valcke, que chegou a dizer que o país precisava receber um “chute no traseiro”.

““Ele está vivo. Ele vai voltar, eu tenho certeza”, resumiu o cartola, em entrevista ao Jornal da Globo na noite da última quinta, quando ele chegou ao Brasil e foi jantar com o ministro do Esporte Aldo Rebelo. 

Antes da polêmica, Jérôme Valcke era aguardado no Brasil nesta semana para uma visita a algumas das cidades-sedes. Só que a repercussão da resposta do Governo Federal, que disse que não negociaria mais com o cartola francês, fez a Fifa cancelar a viagem até que Blatter se reunisse com Dilma Rousseff. 

A Fifa já manifestou em diversas oportunidades seu incômodo com o andamento das obras para a Copa no Brasil. Ainda nesta quinta, os participantes do encontro devem almoçar na casa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Se a conversa com o parlamentar acontecer, a Lei Geral da Copa deve ser o tema prioritário. O documento determina diversas regras para a Copa e sua aprovação é considerada fundamental por todas as partes envolvidas.

O problema é que o documento está parado no Congresso desde o ano passado, quando começou a ser elaborado. Nesta semana, a crise sobre o tema chegou ao ápice quando a base governista na Câmara se atrapalhou e decidiu tirar da Lei Geral o artigo que permitia a venda de bebidas alcoolicas nos estádios durante o Mundial. 

O argumento para tanto foi apresentado por membros do Governo que disseram que a autorização ao álcool não fazia parte das garantias prometidas à Fifa. Horas depois, no entanto, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, desmentiu a informação e fez com que o texto voltasse a incluir o aval às bebidas no texto, que pode ser votado em plenário na próxima semana.