![]() Diretor cultural do Instituto Cervantes, De Blas previu a 'solução' no 2º tempo |
Poucos, mas suficientemente efusivos. O que bastou para que houvesse barulho, emoção e apoio durante a partida que levou a Espanha à final da Copa. Eram espanhóis reunidos em dois pontos de São Paulo, que representaram muito bem a sua seleção. Deram toques de vigor latino à torcida da Fúria na capital paulista: gritaram, levantaram da cadeira, mexeram os braços, bateram os pés no chão... Flamenco?
O 1º tempo mostrou o que poderia vir, mas não, o gol não veio antes do intervalo. No Instituto Cervantes, centro de ensino da língua e de difusão da cultura espanhola instalado no bairro dos Jardins, cerca de 20 pessoas acompanharam o embate contra a Alemanha num auditório de 100 lugares. Diretor cultural do Cervantes no Brasil, Francisco de Blas se alternou em pedidos de mais e menos movimento – “Mais velocidade!”; “Tranquilo...”
Monica Corvera, aeromoça da Iberia, torceu no Hotel Tivoli
O piloto Sérgio Pérez usou uma camisa especial pela 'Fúria'
Morando há um ano no País, em São Paulo, De Blas comenta que na Espanha a agitação em dias de jogo não é como aqui. “A seleção da Espanha só tem três, quatro anos de boa atuação. Antes, foram só frustrações”, explica. Torcedor do Barcelona, ele se diz adaptado à cidade onde permanecerá por mais quatro anos: “Gosto da adrenalina de São Paulo, há uma evidência de que tudo é possível, o que é muito estimulante”. Como diretor do instituto, muda-se de cinco em cinco anos – sua última morada foi Bruxelas.
Em gramados brasileiros, De Blas é são-paulino. “Foi uma escolha um pouco covarde, pelo clube que achei que era mais importante. Mas devia ter torcido para o Corinthians, que é um time quase espanhol”, brinca. Ele acrescenta que prefere assistir aos jogos pela TV brasileira. “É melhor do que a espanhola, os comentaristas daqui têm mais conhecimento de futebol, é uma oportunidade de aprender.”
Atenções voltadas à semifinal do Mundial, De Blas crava: “Villa e Iniesta vão solucionar no 2º tempo.” Belo feeling.
Villa é craque unânime
Perto dali, dez pessoas, todas integrantes da tripulação da companhia aérea Iberia, viam a partida no bar do recém-renovado Hotel Tivoli. “Ê Espanha! Ê Espanha!” e aos 28 minutos viria o gol. Depois de marcado, as defesas de Casillas eram mais festejadas, arrancadas de Villa, empurradas: “Vamos, Villa! Vamos, Villa!”. O craque teve sua saída aplaudida.
“Um minuto!”, bradaram alguns no momento da substituição de Carlos Marchena, jogo quase no fim. Vitória garantida, troca de abraços e aplausos para o técnico Vicente Del Bosque para selar a comemoração.
Uma voz sobressai, cheia de certeza: “No vamos a perder, no!” É Monica Corvera, aeromoça da Iberia há 11 anos. Ela revela que não havia certeza, mas esperança de que a Espanha chegaria à final.
Monica voa para o Brasil há três anos e meio, em intervalos não definidos, já que a empresa troca as rotas mensalmente. Conhece também o Rio e, em São Paulo, gosta de aproveitar para fazer tratamentos de beleza, compras e ir a restaurantes. “Há ótimos aqui!”
A aeromoça avalia os jogadores brasileiros como muito bons, mas por um lado admite achar melhor que o Brasil tenha sido eliminado. “É um rival muito forte.”
Madrilenha, torce para o Real Madri. “Gosto do estilo de jogo.” Conta que acompanha o futebol espanhol pela tevê. “Ir ao estádio é espetacular, mas muito caro...”, lamenta. Craques nacionais? Puyol, Villa e “San” Casillas – “A equipe depende muito dele”.
Colega de Monica, o piloto Sérgio Pérez, 12 anos de Iberia, também nasceu na capital espanhola e torce para o Real Madri. Pérez conhece um pouco mais do Brasil: além de São Paulo e Rio de Janeiro, Paraty, Búzios, Manaus, Salvador e seu destino favorito, Ilha Grande.
O piloto expande seus conhecimentos brasileiros ao futebol. “Dunga mudou a filosofia da equipe. Me parece que se pensava que o Brasil sempre tem de jogar bonito, mas acredito que é preciso ter uma boa defesa”, afirma. A respeito do desempenho da seleção verde e amarela na Copa, tinha seu palpite: “Achei que vocês iriam à final.”
Em contrapartida, ele diz ter duvidado de que Espanha disputaria a final. E explica: “Sempre tivemos má sorte. Existe a sensação de que jogamos bem e não ganhamos.” Com jogadores como Iniesta e Villa, ele crê que a Espanha é melhor do que a Holanda. “Mas o fator sorte e os nervos contam muito.” Haja passo de flamenco para aliviar a tensão até o dia 11.
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