11/06/2010 - 18h49

Fabricante da Jabulani afirma que bola passou no teste final

Das agências internacionais
Em Johanesburgo (África do Sul)

Enquanto o mundo inteiro estava atento ao que os jogadores de México e África do Sul fariam em campo, Hans-Peter Nuernberg tinha os olhos virados apenas para a sua criação. Nuernberg é o engenheiro-chefe da equipe que desenhou e produziu a Jabulani, a tão criticada bola oficial da Copa do Mundo de 2010.

O engenheiro prendeu sua concentração em tudo o que acontecia com a bola, fossem os passes, cabeçadas, chutes, divididas e as defesas dos goleiros. E ele gostou do que viu.

“Eu realmente gostei do jogo, mas obviamente eu estava focado na bola”, declarou Nuernberg, após assistir ao empate por 1 a 1 entre as equipes que abriram o Mundial, no estádio Soccer City, em Johanesburgo. “Foi um momento especial vê-la voando perfeitamente pelo ar”.

A atual bola possui apenas oito gomos unidos termicamente, sem costuras, que lhe dá uma aparência esférica perfeita. Mas o retorno dos atletas não tem sido tão favorável. Vários jogadores, principalmente os goleiros, reclamaram bastante das novas tecnologias que a teriam transformado em imprevisível.

Iker Casillas, goleiro da Espanha, a chamou de “podre” e Luis Fabiano, atacante da seleção brasileira, a considerou “sobrenatural”. O criador da Jabulani retrucou afirmando que a performance da bola melhorou e que as inovações chegaram para ficar.

“O novo jeito de desenhar a superfície da bola nos permite criar livremente o que quisermos, sem estamos presos ao formato com gomos costurados. É o processo que usaremos daqui em diante”, disse Nuernberg.

Outro engenheiro que participou do processo de criação da bola, o doutor Andy Harland, informou que a nova tecnologia acabou com os solavancos que o atrito do ar com as costuras provocava na bola, impedindo que ela voasse perfeitamente.

“Se você tem falhas grandes na bola, ela não voará de forma ideal. Esferas não são formas aerodinâmicas”, disse Harland, que pretende introduzir a tecnologia na construção de carros. Com menos impacto do ar, eles economizariam mais combustível.

“Temos muitos protótipos em nossas mesas e gosto de trabalhar em projetos secretos como esse da Jabulani. É um trabalho fantástico, mas eu realmente passo os primeiros 20 minutos de cada jogo olhando apenas a bola”, concluiu Harland.

A bola foi produzida pela Adidas, que tem contrato até a Copa de 2014 e as produz desde 1970, na Loughborough University's Sports Technology Institute, na Inglaterra.
 

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